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Juca Kfouri

Pelé 100 Santos

Quem é maior: o Santos ou Pelé? O lugar-comum diz que jogador passa e o clube fica. Será mesmo?

PRIMEIRO DIA do próximo centenário do Santos, o time de camisas brancas e negros geniais que é sinônimo de futebol-arte.

Ontem o clube de Vila Belmiro completou cem anos -44 deles sem a presença de Pelé.

Todos os demais indissociavelmente ligados à imagem do Rei, primeiro dentro de campo, até o clube completar 62 anos, em 1974, e depois fora dos gramados, até hoje e sabe-se lá até quando, provavelmente até sempre.

E a pergunta se impõe: Quem é maior?

É óbvio que o chavão é verdadeiro: que os jogadores, por maiores que sejam, e Pelé foi e ainda é o maior de todos, passam, enquanto os clubes ficam.

Mas será o Santos ainda maior que Pelé?

Pelo mundo afora se encontra quem não saiba da existência do clube. E até hoje, 35 anos depois de Pelé pendurar as chuteiras, é difícil encontrar alguém que não saiba quem Pelé é.

O que, diga-se, não diminui o Santos, porque se é improvável a discussão nos mesmos termos entre, por exemplo, o Flamengo e Zico, não é se na balança forem postos os nomes do Botafogo e de Garrincha.

Ou até, para ficarmos em passado bem recente, se a discussão for em torno de Corinthians e Ronaldo. Não terá o Fenômeno, pelo menos num determinado momento de 2009, eclipsado o nome do clube?

Jornalistas adoram formular perguntas sem respostas, e o respeitoso exercício que aqui se propõe é apenas isso, um exercício que, na verdade, apenas homenageia os protagonistas, clubes e jogadores.

E é possível ampliá-lo, quase infinitamente: seria o Cruzeiro o que é sem Tostão?

O que é relevante mesmo é que se o Santos, com Pelé, deixou de ser um clube importante do litoral paulista para se transformar em referência planetária, sem ele permaneceu crescendo, mesmo com saudades e problemas.

Imediatamente depois que o Rei abdicou da bola, o Santos foi campeão em 1978 e voltou a ser em 1984, para viver um angustiante final de século 20, mas compensado integralmente pelos primeiros anos do 21. E se Robinho ameaçou ser um novo soberano, Neymar já está sendo, o que promete novas retumbantes conquistas.

E modestamente, cá deste cantinho comovido com tudo que o Santos já nos proporcionou, fica outra indagação: ao completar 200 anos, quantos outros gênios a Vila terá produzido?

blogdojuca@uol.com.br

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