Barça para na retranca do Chelsea

O script estava todo armado, como de costume. O Barcelona dominou o jogo, teve 72% de posse de bola, chutou muito mais a gol que o rival (24 a 5) e tocou "10 mil" vezes na bola de um lado para o outro. Mas o final da história reservou uma surpresa.

O Chelsea saiu vitorioso de Londres, 1 a 0, gol de Drogba.

Foi a primeira derrota do Barcelona na competição desde as oitavas de final da edição passada, contra o Arsenal, também na capital inglesa, e a segunda no ano (caiu ante o Osasuna em fevereiro, pelo Espanhol).

"O Chelsea aproveitou a oportunidade que teve. Faltou-nos o instinto matador em frente ao gol. Eles defenderam muito bem. Em casa, vamos procurar ser mais agressivos", resumiu Iniesta.

A tal oportunidade foi no último lance do primeiro tempo da partida, disputada sob chuva. Os ingleses recuperaram a bola no campo de defesa, o brasileiro Ramires foi lançado em velocidade, nas costas de Xavi, e cruzou para Drogba decidir o confronto.

Foi o único dos cinco chutes do Chelsea que acertou o alvo. Curiosamente, a jogada nasceu após Lampard roubar a bola justamente de Messi.

Antes, os espanhóis já tinham chutado uma bola na trave (com Alexis Sanchez) e perdido pelo menos duas chances claras com Fàbregas.

Na etapa final, a torcida que lotou o Stamford Bridge viu praticamente um repeteco. Novamente o Barcelona chegava com toques curtos de um lado para o outro. Messi driblava, mas era derrubado quando se aproximava demais da área, até por Drogba, que ajudou na marcação.

E o time da Catalunha jogou outra bola na trave, desta vez com Pedro. Busquets isolou a bola no rebote.

EVOLUÇÃO

"Melhoramos em relação a três anos atrás [quando foram eliminados pelo Barça]. Conseguimos um bom resultado, mas precisamos marcar em Barcelona para nos classificarmos", afirmou Drogba.

Quem mais comemorava o resultado era o técnico ainda interino Roberto di Matteo. "Sabíamos que tínhamos de defender bastante. Realizamos uma grande exibição coletiva", celebrava o italiano.

No Camp Nou, na próxima terça, os espanhóis precisam vencer por dois gols para chegarem à decisão. Triunfo por um gol, sofrendo gols, dão a vaga ao Chelsea, o mais improvável dos semifinalistas.

"Eles são excepcionais, mas fomos brilhantes. Veremos o quão importante será não ter levado gols. Na última vez em que estive no Camp Nou, seguramos o zero no placar", celebrou Cech.

E, antes dos jogos de volta na Copa dos Campeões, Barcelona e Real Madrid, apontados para realizar a final dos sonhos, enfrentam-se pelo Campeonato Espanhol.

Além de perder a bola na jogada que originou o gol inglês, o argentino Messi não bateu nenhum recorde ontem. Foi um jogo diferente.