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Rodrigo Bueno

Que Brasil é esse?

Hipotética seleção na semi da Copa dos Campeões escancara fase infeliz do Brasil

EXPERIMENTE montar uma seleção brasileira da semifinal da Copa dos Campeões. Arrisquei uma aqui e coloquei o versátil lateral/volante/meia/mais ou menos Adriano no gol, prova de que o festejado sucesso recente dos goleiros brasileiros na Europa esfriou um bocado.

Aí vem Rafinha, David Luiz, Alex e Marcelo; Daniel Alves, Luiz Gustavo, Ramires e Maxwell; Kaká; Lucas Piazon. Lucas Piazon? Um moleque que não jogou no profissional de nenhum time por aqui e nem está inscrito pelo Chelsea na Copa dos Campeões. Fazer o quê? É o que dá para o ataque, prova de que os homens de frente do Brasil não estão mesmo entre os melhores no momento.

Rafinha perdeu espaço, David Luiz deixou de ser aquela sensação toda (e está fora da semifinal por lesão), Alex passou do auge faz tempo, Marcelo é "o melhor lateral-esquerdo que temos" e vive pedindo para ser expulso (não foi contra o Bayern por milagre), prova de que os agora valorizados defensores tupiniquins têm buracos.

Dani Alves é muito bom, mas nunca foi Djalma Santos nem Leandro. Está mais para Cafu dos novos tempos, cheio de pique e muito bem encaixado num time espetacular. Luiz Gustavo é uma grata surpresa alemã, como ele deixou claro em entrevista (em alemão quase perfeito) quando chegou ao Bayern. Respondeu sobre sua mentalidade germânica, prova de que mal é brasileiro: "Disciplina, pontualidade e pessoas sempre honestas. Na Alemanha, se combinam algo com você, honram. No Brasil, infelizmente não é assim. Prefiro coisas simples mas efetivas. Não gosto de perder, sou como o Bayern". Resumo: é tão alemão quanto o Thiago do Barça é espanhol.

Ramires melhorou seu status no Chelsea, fez partidaço ontem, porém não virou ainda "senador". Maxwell jogou esta Champions pelo Barça mas vê as semifinais com a camisa do PSG porque é jogador "Ok", pouco superior ao mais ou menos, prova de que o "país do futebol" anda meia boca.

Kaká foi melhor do mundo, mas vive hoje bastante ofuscado por um segundo melhor do mundo, prova de que o Brasil está bem longe do melhor. Tão dispensável quanto falar que a seleção de Mano não se parece nem um pouco com o esquadrão ideal da Champions é dizer que não há técnico brasileiro na Copa dos Campeões (novidade!).

Para piorar: o português Pepe é tão brasileiro quanto zagueiro e violento. Para piorar mais o drama: há outro brasuca "envolvido" na semifinal e que pode até ser campeão em casa. Ele se chama Breno.

É o Brasil na reta final da Champions, amigo!

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