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Posição problema

Falhas de Júlio César na semifinal do Campeonato Paulista reacendem discussão sobre o problema crônico do Corinthians em firmar seus goleiros

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

As falhas de Júlio César que custaram a eliminação no Estadual reabriram uma ferida: quem está pronto para ser o goleiro do Corinthians?

Os anos passam e as diretorias do clube tentam responder a essa pergunta com apostas e contratações furadas. Esbarram na falta da tradição em formar seus próprios guarda-metas.

Júlio César, que desde anteontem tem sido crucificado por boa parte da torcida, é o único titular absoluto que veio da base e sabe bem o que é ser questionado.

Pelos discursos de Tite e do presidente Mário Gobbi após a partida e do gerente de futebol Edu Gaspar, ontem, Júlio, 27, tem grandes chances de continuar no gol.

"A gente não pode ser influenciado por pressão externa. Não vai ser isso que vai fazer a gente tomar qualquer tipo de decisão", disse Edu, reforçando o discurso de Gobbi. "Fomos campeões brasileiros com atuações brilhantes do Júlio. Ele tem crédito."

O goleiro falhou na final do Paulista-11, contra o Santos. Meses antes, errou pelo Brasileiro-10: o empate contra o Goiás obrigou o time a encarar a primeira fase da Libertadores, que resultaria na vexatória derrota ante o Tolima.

Em meio a tamanha desconfiança, em junho de 2011, o Corinthians gastou cerca de R$ 5 milhões para trazer Renan, do Avaí, que fechara o gol em jogo contra o São Paulo. O arqueiro, porém, só atuou três vezes ao substituir o lesionado Júlio César e cometeu falhas: a torcida, então, pediu a volta de Júlio.

Renan acabou emprestado ao Vitória no começo da temporada. Para seu lugar, Cássio, ex-Grêmio e PSV, já havia chegado. Ele é o terceiro goleiro e só atuou em um jogo até aqui. Danilo Fernandes, das categorias de base, é o reserva imediato de Júlio César.

O troca-troca de goleiros no Corinthians vem desde a saída de Dida, em 2002, último arqueiro a se aproximar da unanimidade no clube.

Os corintianos certamente se lembram de Nei, Maurício e Doni: nenhum teve passagem brilhante. Fábio Costa foi campeão brasileiro em 2005, mas deixou o Corinthians pelo Santos em 2006. Johnny Herrera foi contratado nessa época e não deixou muita saudade na torcida.

Felipe foi quem mais chegou perto da unanimidade: caiu com a equipe, mas se reergueu com os títulos da Série B (2008), do Paulista e da Copa do Brasil (2009). Deixou o time de modo conturbado.

Desde então, o clube tentou nomes como o paraguaio Bobadilla, que nunca jogou e custou mais de R$ 500 mil.

Para Luis Paulo Rosenberg, vice do Corinthians, não há crise histórica no gol do time. "Tivemos uma tarde ruim. Não é justo dizer que o Júlio César é um mau goleiro por causa de ontem [anteontem]", disse. Júlio falhou no primeiro gol de forma grotesca. No terceiro, errou no tiro de meta e ao sair de forma afobada nos pés do atacante.

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