Clássico do interior terá torcida mista

O presidente da Ponte Preta, Márcio Della Volpe, bateu o pé, e o clássico campineiro da semifinal do Campeonato Paulista não terá apenas torcedores do Guarani.

O clube alviverde é mandante do jogo marcado para domingo, 18h30, no Brinco de Ouro, em Campinas. São Paulo e Santos jogam no mesmo dia, 16h, no Morumbi.

Os ponte-pretanos terão 1.050 ingressos, 5% dos 21 mil que serão colocados à venda.

A decisão, tomada pela Federação Paulista de Futebol (FPF) desagradou Marcelo Mingone, presidente do Guarani, o principal defensor da torcida única como método de segurança no dérbi.

No dia 18 do mês passado, o bugrino Anderson Ferreira morreu após confronto entre torcedores que ocorreu depois de um "derbinho", jogo entre times sub-15 e sub-17.

"Acertamos na reunião em março que o dérbi seguinte ao do dia 24 seria com torcida única. Demos uns dez passos para trás com essa decisão", disse o cartola do Guarani. "A presença de uma só torcida evita confrontos no estádio e na cidade."

Antes do clássico do dia 24 do mês passado, no campo da Ponte Preta, uma reunião na Prefeitura de Campinas acertou que, no jogo seguinte, apenas torcedores do time mandante estariam no estádio. A sugestão foi de Mingone, mas, na época, Della Volpe já se mostrava contra.

"A Ponte Preta havia acertado que conversaria, não estava nada definido. Quem poderia imaginar àquela altura que Guarani e Ponte fariam uma semifinal?", admitiu Della Volpe. "As brigas não acontecem dentro do estádio", argumentou o cartola.

Na reunião na prefeitura, da qual participaram representantes das polícias Civil e Militar, o prefeito de Campinas, Pedro Serafim Jr. (PDT), anunciou o acordo, mas se mostrou contrário a ele. Não há documento assinado.

No encontro de ontem na sede da FPF, Mingone e Della Volpe apresentaram suas posições. Sem consenso entre os clubes, a decisão coube à entidade. O encontro foi comandado pelo vice Reinaldo Carneiro Bastos, já que Marco Polo Del Nero, o mandatário, acompanha José Maria Marin, presidente da CBF, em viagem a Londres para o sorteio dos grupos dos Jogos-12.

Segundo Mingone, o comando de segurança da Polícia Militar de Campinas, responsável pela segurança em dia de jogos, não quis tomar posição na polêmica.