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Tostão

Medo de perder

A frustração e a raiva do torcedor do Flamengo é saber que foi lesado, enganado

Ao contrário do que diz o chavão, que o medo de perder tira a vontade de vencer, os grandes jogadores e times começam a perder, mais que o habitual, quando se acostumam com a vitória, o sucesso, a rotina, e perdem a ansiedade, o medo de serem derrotados.

As perdas da Copa dos Campeões e do Campeonato Espanhol servem de alerta, de ruído, para o Barcelona recuperar o medo de perder. Em 1966, o Santos de Pelé, o melhor time do mundo, perdeu duas partidas seguidas, 6 a 2 e 3 a 2, para os garotos do Cruzeiro, na decisão da Taça Brasil. Nem por isso Pelé e Santos perderam a coroa.

Hoje, em Madri, quem será o outro finalista? Nas duas últimas partidas, fora de casa, contra Barcelona e Bayern, Mourinho, por querer jogar no contra-ataque, escalou os laterais só para marcar. Hoje, deve voltar Marcelo. Já Kaká não entrou nas duas partidas porque, hoje, Özil é melhor e jogou muito bem. Para escalar os dois, teria de sair Di María, outro excelente jogador, que, pela direita, participa da marcação no meio-campo.

O Bayern, além de ser a base da seleção alemã, joga da mesma forma. Mas o campeão da Alemanha é o Borussia Dortmund. Os dois atacantes pelos lados do Bayern, Ribéry e Robben, são superiores aos dois da seleção alemã. Por outro lado, o meia Özil e o volante Kedira, titulares da seleção, atuam no Real Madrid e são melhores que os do Bayern.

Quem é melhor, o Bayern ou a seleção alemã, o Real Madrid ou a seleção espanhola? São hoje as duas melhores seleções do mundo.

TORCEDOR LESADO

O Flamengo está fora do Estadual e da Libertadores. Logo após a megafesta da chegada de Ronaldinho, escrevi que o torcedor, consumidor, foi lesado. Anunciaram um produto, o magistral Ronaldinho, eleito duas vezes o melhor do mundo, e trouxeram o Ronaldinho dos últimos cinco anos. Pior, pagaram salários para o Ronaldinho original, e não para a cópia.

Sempre que assisto ao Flamengo jogar, acho que Ronaldinho, mesmo não sendo aquele, é um dos destaques do time, ao lado de Vágner Love e Leonardo Moura. Mas o torcedor quer ver o original. Este não existe mais.

Quando os torcedores viam Romário e Ronaldo jogarem nos fins de suas carreiras, sabiam separar os fenômenos que foram dos jogadores decadentes. Respeitavam. Isso não ocorre com Ronaldinho. A exigência não é só porque ele tem apenas 32 anos. A frustração e a raiva do torcedor, consumidor, é saber que foi lesado, enganado.

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