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Depois de quatro anos em que ganhou tudo e encantou o mundo com um futebol inventivo e eficiente, Guardiola se despede do Barcelona

DE SÃO PAULO

Josep Guardiola, 41, o mais criativo e vitorioso técnico de futebol da atualidade, despediu-se ontem do Barcelona.

Nos quatro anos em que dirigiu o time, Guardiola o levou a conquistar 13 títulos.

Foram duas Copa dos Campeões, dois Mundiais de Clubes (troféu inédito para o Barcelona) e outros tantos.

Talvez mais importante que as voltas olímpicas que deu com a equipe foi o estilo de jogo que implantou, tão vistoso quanto eficiente.

"A razão é simples: o tempo", explicou Guardiola. "Quatro anos desgastam muito. É preciso muita energia para contagiar estes jogadores, e não tenho mais a energia. Vou embora com a sensação do dever cumprido."

O treinador afirmou ainda que já havia antecipado a decisão em outubro, em conversa com dirigentes do clube.

Mas é evidente que as recentes derrotas para Real Madrid e Chelsea, que custaram ao Barcelona o Espanhol e a Copa dos Campeões, precipitaram sua saída do time.

Guardiola ainda vai dirigir o Barcelona nas três partidas que faltam do Campeonato Nacional -seu time está sete pontos atrás do Real Madrid- e na final da Copa do Rei, a ser disputada em 25 de maio, contra o Athletic Bilbao.

Dali em diante, o time mais vencedor dos últimos anos será dirigido por Tito Vilanova, 42, auxiliar técnico de Guardiola, numa clara tentativa de continuar o trabalho.

INFLUÊNCIA BRASILEIRA

Na noite de 18 de dezembro do ano passado, momentos depois de impor uma goleada de 4 a 0 ao Santos e conquistar mais um Mundial de Clubes, Guardiola afirmou: "Nós passamos a bola o mais rápido que podemos para chegar ao gol, como meu pai falava que o Brasil fazia".

No Barcelona, foi gandula, frequentou as categorias de base e brilhou como profissional sob o comando de Johan Cruyff, a quem superou.

O holandês ganhou 11 títulos em oito temporadas. O pupilo pode encerrar quatro temporadas com 14 troféus. É indiscutivelmente o maior técnico da história do centenário clube catalão.

Após encerrar a carreira de jogador, esteve na Argentina para estágios com treinadores que admirava, como Angel Cappa e Marcelo Bielsa -este, técnico do Bilbao, será seu último adversário no comando do Barcelona.

Nos últimos quatro anos, Guardiola ousou como ninguém. Chegou a jogar ora sem zagueiros, ora sem atacantes e quase sempre venceu.

Na entrevista coletiva de despedida, ontem, estavam Puyol, Xavi, Iniesta, Valdéz e Fàbregas, base do time.

O argentino Messi, o melhor do mundo nos três últimos anos, preferiu não ir.

"Eu me emocionaria na frente das câmeras e não queria essa exposição", explicou depois o craque.

Disputado por clubes europeus e pela seleção da Inglaterra, Guardiola não definiu seu futuro. "Preciso me afastar por um tempo. Há mais na vida do que futebol."

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