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Cem e contando

Neymar, 20, 102 gols pelo Santos, apanha, faz história e vira referência de uma geração

DE SÃO PAULO

Ontem no Morumbi, Neymar virou história. Primeiro, se transformou em Garrincha.

Piris, o atônito marcador paraguaio, virou um João, nome genérico dado aos driblados pelo anjo das pernas tortas. Neymar fintava Piris.

Apontava o corpo à direita, jogava a bola à esquerda.

Depois, para a direita. E para a esquerda de novo. Passou por cima da bola quatro vezes, como Garrincha fazia.

Piris ficou tonto. Na quinta vez, ele apelou. Acertou as pernas do atacante, recebeu amarelo e provocou um começo de briga no gramado.

"Fico chateado com essas coisas. Driblar, sofrer a falta, o adversário ficar bravo e chutar a bola em mim. Essa coisa eu não aturo. Mas o cara não é mais criança, cabe a ele saber que fez coisa errada", declarou o atacante, 20 anos.

Piris acabou substituído para não ser expulso. Neymar ficou até o fim e venceu o São Paulo sozinho. Seus três gols, seus incontáveis, incontroláveis, dribles levaram o Santos à final. E o rival tricolor virou seu freguês preferido.

Não há um time que tenha sofrido mais com Neymar do que o São Paulo. Com três anos de carreira, ele já fez 102 gols pelo time da Vila. Oito deles em redes tricolores.

Foi a terceira ocasião seguida em que o clube cai nas semifinais do Paulista por causa do Santos de Neymar.

E será a quarta vez consecutiva que o Estadual será decidido pela equipe do litoral.

Ontem, Neymar também homenageou Juary, expoente da geração dos primeiros meninos da Vila dos anos 70.

Celebrou seu segundo gol girando em torno da bandeirinha de escanteio como Juary fazia. Àquela altura, ele se igualava ao homenageado na escala de artilharia.

Com 102 tentos, Neymar se tornou o terceiro maior artilheiro da era pós-Pelé. Se fizer mais dois, se iguala a Serginho Chulapa e João Paulo, os grandes goleadores desde que o clube perdeu o Rei.

"Esse time tem tudo para fazer o que Pelé e outros heróis do Santos fizeram", disse o atacante ao fim do jogo. Mas ele representa ainda mais. "É a nossa grande chance de ser campeão da Copa do Mundo no Brasil", concluiu Edu Dracena.

(ADRIANO WILKSON E LEONARDO LOURENÇO)

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