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Nas mãos

Treinador de goleiros do Corinthians diz que Júlio César foi afastado por reincidência e vê chance de o novato Cássio se tornar ídolo da meta do time

LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

A camisa 1 do Corinthians está vaga, mas Cássio, 24, tem a faca e o queijo na mão para segurá-la. Júlio César precisa de um tempo e foi afastado do time por reincidência.

Palavras de Mauri Costa Lima, 47, o preparador de goleiros do Corinthians que, em sintonia com Tite, decidiu na semana passada o futuro da meta corintiana às vésperas de um jogo importante.

Amanhã o time enfrentará o Emelec, no Equador -é o jogo de ida das oitavas de final da Libertadores. Cássio, até então o terceiro goleiro, desbancou o segundo, Danilo Fernandes, quando Júlio César, 27, deixou o posto.

"O Júlio está recuperado em relação a essa questão. A dor é grande, mas só o tempo vai fazê-lo deixar de remoer as coisas. [O afastamento] foi mais pela reincidência", disse à Folha o treinador de goleiros que, conta, sofre junto quando seus pupilos falham -os últimos erros de Júlio custaram a eliminação do Corinthians no Estadual.

"Goleiro é um profissional que não pode errar, tem que estar preparado psicologicamente e tecnicamente."

A questão psicológica é justamente a que melhor explica a saída de Júlio, que já foi criticado por falhar no Brasileiro de 2010 e na decisão do Paulista de 2011.

"Quando o Júlio errou no ano passado tínhamos o Brasileiro na sequência, que nos dava tranquilidade para usá-lo em duas ou três partidas. Se ele desse a resposta em campo, poderia manter a condição dele de titular. Se não desse a resposta, poderia haver a mudança. Mas de imediato, não podemos pensar nisso", conta Mauri.

O imediatismo a que o treinador se refere é a pressão pelo resultado na Libertadores. Um tropeço em Guayaquil aumentará o caldeirão no Pacaembu, semana que vem. E Júlio poderia sofrer ainda mais.

"Ficamos preocupados em saber como ele agiria e reagiria com a gente jogando lá fora, depois a volta no Pacaembu. Paramos e pensamos. Ele fez um Campeonato Paulista regular, foi o menos vazado. Mas foi uma opção", diz.

O titular da posição, afirma Mauri, vai depender dos próximos jogos. Mas o treinador deixou claro que Cássio tem muitas chances se cair nas graças da torcida.

"Tudo depende daquele que entrar. Oportunidades para goleiro são poucas. Ou é por falha ou deficiência ou lesão. Se mantiver uma regularidade, consequentemente vai manter a titularidade."

Para ganhar a posição, Cássio, revelado pelo Grêmio, desbancou dois goleiros formados na base corintiana.

Para Mauri, a fama do clube de não formar grandes goleiros é injusta. "Temos grandes profissionais na base. Mas aqui a cobrança é maior", afirma. "O Palmeiras hoje tem a mesma dificuldade que nós", ponderou, sobre a fama do arquirrival de revelar grandes arqueiros.

Quando o assunto é Copa-2014, Mauri cita um corintiano. E não é Júlio César.

"No momento não há nenhum goleiro que seja diferenciado. Gosto do Fernando Prass, do Vasco, do Victor, do Grêmio, temos o Rafael, do Santos. E pode frisar: Por que, de repente, a gente não tem o Cássio na seleção? Se fizer o que vem fazendo nos treinos tem uma grande chance."

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