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Lúcio Ribeiro

Pênalti!

Pelo bem da história, os craques deviam ser proibidos de bater penais decisivos. Hein?

Se coubesse, o título desta coluna seria "O Medo do Boleiro Diante do Pênalti", uma apropriação distorcida do nome de um filme do alemão Wim Wenders, em que o meu "Boleiro" substitui o "Goleiro" dele só para eu tentar ilustrar essa história atual INJUSTA que é a de um grande jogador bater um pênalti decisivo. Por mais paradoxal que possa ser.

Não que o Wellington Paulista seja um "fora-de-série", mas veja o que aconteceu com o atacante no domingo. Seu time, o Cruzeiro, precisava ganhar do América para fazer mais uma óbvia final de Mineiro contra o Atlético. Num desenlace bizarro, o resumo é que Wellington perdeu o pênalti e o rebote fácil. Não só por isso, mas muito por isso, lá se foram Cruzeiro e Wellington do torneio.

O pênalti o fez ir para o ranking dos assuntos mais comentados do Twitter. "Wellington Paulista, Messi, Cristiano Ronaldo. O que há de errado com o futebol?", dizia um twitter (gozador).

O que aconteceu na Champions League foi uma crueldade. Messi, Ronaldo e Kaká perderam pênalti valiosíssimos. Com o empate-derrota do Barcelona para o Chelsea, foi como se toda a magia proporcionada pelo craque na liga se esvaísse, por causa do pênalti. Chamaram o Messi de "mortal", até.

Cristiano Ronaldo, o dono do chute mais espetacular do futebol, afundou o Real Madrid com o pênalti perdido. Kaká, outro que chuta bem, foi no embalo e perdeu o dele. Ronaldo precisou da defesa de Mourinho nas entrevistas. Kaká ganhou o imediato rótulo de "craque dispensável" após o erro.

Um texto do "New York Times" sobre as eliminações de Real e Barcelona me chamou a atenção. Gastava linhas descrevendo o que é um pênalti, como teria que ser muito fácil para um profissional chutar uma bola parada, distante 12 jardas do gol, tendo à frente apenas um pobre goleiro que precisa ficar parado sobre uma linha. Depois trata Messi e Ronaldo como "magos dos gols de ângulos impossíveis" mas que, naquela semana, decepcionaram naquilo que tinha de ser mais fácil para jogadores de seu nível: um "mero" pênalti.

A história é cruel com superídolos que perdem pênalti. Por mais que tenham construídos glórias e glórias, fica a mancha. Zico, Sócrates, Baggio, Palermo, Marcelinho Carioca têm o capítulo "pênalti perdido" eterno em suas biografias.

Pênalti devia ser muito treinado e batido por jogadores obscuros de um time, de preferência defensor, para preservar os craques. Porque craques que perdem pênalti decisivo entram para a história pelo lado errado.

Uma vez eu, numa copa dessas de jornalistas, fui bater um pênalti e

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