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Opositor mira COB e dispara denúncias

OLIMPÍADA
Em material enviado à Justiça, cartola acusa comitê de utilizar verba para controlar filiadas

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

O Comitê Olímpico Brasileiro faz papel de banco e interfere na gestão de afiliadas.

É o que denuncia, por meio de um agravo encaminhado à Justiça, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Maleson.

Ex-atleta olímpico, Maleson, que enfrenta ação judicial para destituí-lo do cargo, anunciou ontem que quer concorrer à presidência do COB. Sua candidatura não foi aceita por não ter o apoio mínimo de dez confederações, conforme exige o regimento.

A candidatura e as denúncias são frutos de pendenga financeira e uma disputa política entre COB e confederação. O COB disse que não comentaria o caso com a Folha.

Segundo Maleson, o chefe da delegação nos Jogos de Salt Lake-2002 e então diretor financeiro do COB, Edson Menezes, ofereceu à CBDG em 2003 um empréstimo de R$ 100 mil para aquisição de equipamentos. Faria isso por intermédio do banco Prósper, do qual era presidente à época. Menezes não foi encontrado pela reportagem para confirmar ou não o episódio.

Com o fim do dinheiro dos bingos e uma mudança na regra da Lei Piva, a confederação ficou sem condições para saldar a dívida, que se arrastou durante os anos. Em 2011, segundo documentação à qual a Folha teve acesso, acordo para quitação da dívida foi alcançado, mediante o pagamento de R$ 230 mil. Porém, segundo Maleson, foram exigidos mais R$ 30 mil.

Foi então que Maleson voltou a apelar ao COB para que a entidade o ajudasse. O comitê então pagou a cifra restante diretamente ao credor.

"Se o COB podia ter liberado o dinheiro antes, porque esperaram a CBDG estar enrolada para fazê-lo?", pergunta, retoricamente, Maleson.

Segundo o dirigente, a partir desse fato, o COB passou a ter mais ingerência na CBDG. O agravo relata que seus cartolas indicaram um novo contador e um advogado para tratar de assuntos da confederação. Eles, diz Maleson, trabalham para outras confederações. "Sem isso, não haveria dinheiro, repetiam os dirigentes do COB."

Com a certidão negativa, a CBDG acreditava que voltaria a controlar a conta da Caixa Econômica Federal por meio da qual recebia o dinheiro da Lei Piva. Segundo o cartola, isso ainda não aconteceu.

"Não há mais empecilho, mas é o COB que controla o dinheiro. Aliás, os valores a que tínhamos direito, que era igual ao da confederação de esportes no gelo, ficou menor, e os saldos de um ano para o outro desapareceram."

Maleson é contestado dentro da própria entidade. Um ex-atleta, Edson Bindilatti, tenta tirá-lo da presidência. "Acho que ele está sendo municiado pelo COB", afirma Maleson. Bindilatti nega.

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