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Sem explicação

Nem sucesso em campo e culto a Neymar alavancam público do Santos, que imaginava alcançar boom de bilheteria com ajuda do astro

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Neymar faz até chover. Dribla, faz gols, conquista títulos, ganha prêmios individuais, expõe os patrocinadores e levanta muito dinheiro.

Só não consegue encher de torcedores a Vila Belmiro.

A euforia criada pelo sucesso de um ídolo formado em casa, que rapidamente se tornou o maior jogador brasileiro da atualidade, não produziu o boom de bilheteria que o Santos imaginava.

O público atual do time como mandante -na Vila ou em outra arena- é similar ao de 2009, ano de estreia de Neymar, quando ainda tinha pouco poder de atrair torcedores.

A presença da torcida em alguns casos, como no Paulista-2012, é até pior.

O time, atual bicampeão e finalista pela quarta vez consecutiva, tem média de 9.367 pagantes, a mais baixa entre os quatro grandes do Estado.

Três anos atrás, o clube chegou à decisão com público na casa de 11.600 pessoas, que se manteve em 2010 e teve razoável queda em 2011.

No Brasileiro, a situação é parecida. Na última edição, 8.639 pessoas, em média, pagaram para ver jogos do Santos, ante 9.242 de 2009 e 9.200 da temporada seguinte.

Em nenhum dos três torneios o time brigou por título ou Libertadores (já possuía a vaga nos dois anos mais recentes), o que poderia provocar aumento de interesse.

E nem o argumento de que Neymar só esteve em dez dos 19 jogos em casa na Série A de 2011 serve como desculpa.

Contando só jogos com o astro em campo, a média seria de 10.715 pagantes, e o clube saltaria da 18ª para a 16ª posição no ranking de público entre os 20 participantes.

"É inexplicável", define o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, antes de completar seu raciocínio.

"A resposta está no inconsciente coletivo. Não pode ser um fenômeno de renda, já que ela está crescendo no Brasil, ou de empatia, porque todos gostam do Neymar. E nem de encolhimento da nossa torcida, que só aumenta."

Apenas na Libertadores a fama do camisa 11 se reflete na bilheteria. Na soma dos três jogos da primeira fase, o clube, que conta com a injeção de ânimo pela defesa do título, levou ao estádio 49 mil torcedores, o dobro de 2008.

Mas metade do público foi na vitória sobre o Juan Aurich, no Pacaembu, onde o time tem melhores rendas. Na última edição pré-Neymar, o só mandou jogos no litoral.

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