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'É como voltar com a ex', diz Ricardinho

VÔLEI
Bernardinho afirma que não podia dar sentença perpétua ao atleta

Sergio Moraes/Reuters
Ricardinho mostra placa com seu nome em porta no CT de Saquarema
Ricardinho mostra placa com seu nome em porta no CT de Saquarema

DE SÃO PAULO

A primeira sensação foi de estranhamento. Cinco anos após a maior crise da seleção do técnico Bernardinho, Ricardinho voltava à família.

O levantador, 36, campeão olímpico e bi mundial com a mais vitoriosa geração do vôlei nacional, iniciou na terça os treinos no CT de Saquarema (RJ) para a Liga Mundial.

"A sensação é um pouco estranha por não saber como agir. Estava um pouco preocupado de eles estarem receosos", afirmou o levantador.

"É como voltar com a ex-namorada. É o mesmo jeito, a gente já se conhece. E a sensação é que a namorada já estava me esperando. Estou muito feliz", completou o atleta, segundo o UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Ricardinho foi tirado da seleção às vésperas do Pan-2007. Bernardinho alegou desgaste da relação, e o atleta dizia não entender o corte -discussão por prêmio teria colaborado para a dispensa.

Chateado, o levantador declarou que a "família Bernardinho", como a equipe era chamada, era uma fantasia.

Em 2010, Ricardinho voltou à lista da seleção pela primeira vez. Mas só agora foi convocado. Sem ele, o Brasil foi prata em Pequim-2008 e ouro no Mundial de 2010.

A reaproximação definitiva ocorreu na Superliga -ele foi vice pelo Vôlei Futuro.

A conversa com Bernardinho foi sem rodeios ou pedido de desculpas. "Foram erros de todos os lados, de deixar a coisa pegar um tamanho que não conseguimos controlar", disse o jogador.

Bernardinho afirmou que sentiu que não podia dar uma sentença perpétua ao atleta.

"Não sei por quanto tempo vou continuar na seleção e não podia ir embora sem dar outra chance. Ele estava preocupado sobre como ia ser recebido. Eu disse: 'Se você chegar com espírito de dedicação, vai ser muito bem recebido'. Está treinando muito", afirmou o técnico ao Sportv.

Não houve conversa coletiva. O contato de Ricardinho era Giba, que lhe falava sobre o clima do grupo. O levantador conversou com Rodrigão e Murilo na Superliga. Giba era seu amigo mais próximo na seleção. O corte abalou a relação, mas o atacante diz que amizade foi retomada.

Em quadra, Bernardinho notou algumas limitações de Ricardinho, já considerado o melhor do mundo. "Ele deixou de fazer coisas que fazia muito bem. O time não será tão veloz como antes, mas vamos ganhar em experiência e qualidade", afirmou.

A briga por posição será com Bruno, filho do técnico, que enfrenta fase irregular.

Para Ricardinho, vencer em Londres será difícil, mas crê que o time lidará com a pressão. "O ouro fecharia profissionalmente e pessoalmente algo que estava aberto. Ganhando ou não a convicção é de que se fez a coisa certa."

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