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Felipe, 13, 2,03 m

Pivô do Brasil surpreende em campeonato e vira aposta do basquete do Real Madrid para 2020

Ênio Cesar/Folhapress
Felipe dos Anjos, contratado para jogar no Real Madrid
Felipe dos Anjos, contratado para jogar no Real Madrid

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

O Real Madrid acolheu, há duas semanas, o brasileiro Felipe dos Anjos, 13, com um projeto de torná-lo jogador profissional de basquete.

Do alto de seus 2,03 m de altura, o jovem paulista de Osasco participou como convidado, com a camisa do Real, de um tradicional torneio nas categorias de base da Espanha e surpreendeu.

Felipe chegou ao time espanhol por intermédio de Luis Martín, um dos agentes do pivô catarinense Tiago Splitter, que hoje está no San Antonio Spurs, da NBA.

Felipe era atleta do Clube Pinheiros, de São Paulo, desde os dez anos, quando chegou já com 1,80 m de altura.

No torneio chamado Minicopa, na categoria infantil, para garotos até 14 anos, que foi realizado em fevereiro, em Barcelona, o Real Madrid ficou com o vice-campeonato.

Caiu na final contra o Barcelona, por 83 a 78, em partida que Felipe não disputou porque já estava no caminho de volta para sua casa.

O brasileiro atuou como pivô da equipe da capital. Participou de três dos quatro jogos e teve médias de 11 pontos e dez rebotes por partida.

Não contava que ficaria até o final da competição, por isso não jogou o duelo do título contra o rival do Real. Há, na internet, vídeos de jogo de Felipe no torneio (folha.com/no1085650 -ele é o jogador número 20, de branco).

Dentre os 96 garotos inscritos na Minicopa, nenhum era tão alto como o paulista.

"Durante a competição, os dirigentes do Real Madrid disseram que queriam tê-lo no time", declarou Martín.

Em uma avaliação, os médicos do Real Madrid estimaram que o pivô pode chegar a até 2,21 m de altura.

A equipe merengue acumula em sua galeria de troféus 30 títulos nacionais e oito taças da Euroliga, a liga dos campeões de basquete da Europa, na categoria adulto.

Ao lado da mãe, a vendedora Jackeline, 34, Felipe ouviu os planos do Real Madrid para sua carreira: bolsa de estudo em tempo integral em Madri, moradia no alojamento dos atletas do basquete, ajuda de custo mensal e a perspectiva de se tornar jogador do time principal até 2020, quando Felipe estará com 22 anos.

Atualmente no Brasil não existem registros de casos semelhantes ao do pivô.

Na última convocação da seleção brasileira sub-15, por exemplo, todos os 26 jogadores chamados pelo treinador Ricardo Oliveira defendiam equipes no Brasil.

A situação de Felipe se assemelha à de Tiago Splitter, que hoje joga na NBA, a liga profissional dos EUA. Aos 15 anos, o catarinense trocou o tradicional Ipiranga de Blumenau pelo Baskonia, do País Basco (Espanha), com um projeto bastante semelhante.

Em 2010, aos 25 anos, Splitter tornou-se MVP (jogador mais valioso) da Liga ACB, a primeira divisão espanhola, e trocou a Europa pela NBA.

Assim, na segunda quinzena de abril, com a autorização e a torcida da mãe e do pai, que atua no setor calçadista, Felipe embarcou para a capital da Espanha.

"Estou muito empolgado com o desafio. Espero que consiga atingir os objetivos traçados para mim", disse Felipe, antes de embarcar.

"Tudo o que uma mãe quer é ver o filho bem. Tirando a distância, que vai ser difícil, ele está realizando um sonho para mim", declarou Jackeline, que também tentou ser jogadora de basquete.

Os dirigentes do Real Madrid prometeram à mãe do pivô duas passagens de ida e volta por ano para visitar Felipe na capital espanhola.

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