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Juventus celebra, de novo, 28º título

ITALIANO
'Velha Senhora' é campeã seis anos após protagonizar escândalo e rebaixamento

DE SÃO PAULO

Dos 25 jogadores do elenco da Juventus, apenas o goleiro Buffon, 34, o zagueiro Chiellini, 27, e o atacante Del Piero, 37, já haviam sido campeões com a camisa mais vitoriosa do futebol italiano.

O trio sobreviveu aos tempos em que o melhor do futebol do país, hoje tetracampeão mundial, concentrava-se em Turim. Época que reapareceu nesta temporada.

Seis anos depois da maior mancha de sua história, um escândalo de corrupção que provocou seu rebaixamento, a Juventus voltou ontem a vencer um campeonato de primeira divisão.

Com a vitória por 2 a 0 sobre o Cagliari, fora de casa, faturou com uma rodada de antecedência seu 28ª título italiano. Pela segunda vez.

O clube já havia celebrado esse feito em 2004/05.

Mas o bicampeonato conquistado entre aquela temporada e a seguinte foi apagado dos registros como punição pelo protagonismo da Juventus no caso de corrupção que envergonhou a Itália pouco antes da Copa-2006.

Escutas telefônicas de conversas entre Luciano Moggi, então o principal dirigente do time alvinegro, e o designador de árbitros da federação italiana, Pierluigi Pairetto, indicaram a existência de um esquema de manipulação de resultados no país.

Também envolvidos na fraude, Milan, Lazio, Reggina e Fiorentina iniciaram a edição seguinte da competição com pontos negativos.

Mas as maiores punições ficaram mesmo com a Juventus: perda de dois títulos, rebaixamento, imagem arranhada, queda de toda uma diretoria e o fim de um time de astros do primeiro escalão.

O rebaixamento fez Cannavaro, o melhor jogador do mundo em 2006, Patrick Vieira e Ibrahimovic, entre outros, abandonarem o barco.

E a Juventus precisou encontrar um novo jeito de exercer seu papel de grande.

Inaugurou nesta temporada seu próprio estádio, uma revolução para um país acostumado a arenas públicas, com padrão inglês: arquibancada próxima do gramado.

Sem o mesmo dinheiro de antes, parou de investir nos medalhões do passado. E passou a buscar seus reforços em um mercado italiano com menos boas opções.

A aposta demorou para dar frutos. Nos seis anos entre o rebaixamento e o título, conseguiu se classificar para disputar apenas duas edições da Copa dos Campeões, o principal interclubes europeu.

A perspectiva para esta temporada não era muito diferente: técnico estreante em times grandes (Antonio Conte), astros já em decadência e poucos estrangeiros -contra o Cagliari, oito italianos começaram como titulares.

Mas, desta vez, a liga deu certo. Sem ser brilhante em nenhum momento do campeonato, o time deixou para trás um Milan liderado por Ibrahimovic e uma cambaleante Inter de Milão, campeã europeia dois anos atrás.

E coube à Inter, a herdeira do título cassado de 2006, a ajuda para recolocar a "Velha Senhora" no topo. A vitória por 4 a 2 no clássico contra o Milan, ontem, permitiu que o placar em Trieste fosse suficiente para a Juventus voltar a ser campeã italiana.

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