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Cidadão do gol

Neymar de 2012 atinge a melhor média de tentos de sua carreira e supre seca de colegas do Santos

DE SÃO PAULO

Todo mundo sabe que Neymar é um jogador singular. Há três anos ele exibe habilidades que o alçaram à condição de único no Brasil.

Mas em 2012, Neymar também é plural. Plural de gols.

No começo da temporada, o atacante virou o principal artilheiro de seu time. Seus 23 gols nos 22 jogos que disputou são 34% de todos os tentos santistas neste ano.

Sua média agora, em partidas disputadas no Paulista e na Libertadores (1,05), é superior às de suas três últimas temporadas completas -2011 (0,5 gol por jogo), 2010 (0,7) e 2009 (0,3).

Neymar marca mais gols porque tem jogado perto da área e usado suas habilidades, como o drible fácil, com muito mais objetividade.

Mas ele também assumiu a responsabilidade de suprir as deficiências dos companheiros. Pela primeira vez, o atacante vê seus parceiros vivendo uma seca de gols.

Primeiro foi Borges, artilheiro do time no ano passado, que entrou em 2012 em crise com o placar.

Perdeu a posição para Alan Kardec, que também não se mostrou um grande artilheiro e está titular mais por sua boa estatura do que por seu talento com a bola nos pés.

Para completar, Paulo Henrique Ganso, amigo e compadre de Neymar, não parece gostar muito de frequentar as redes adversárias.

Elano, artilheiro do Paulista-2011, mal consegue cumprir suas funções no meio.

E antigos companheiros, que dividiam as tarefas ofensivas com Neymar em início de carreira, foram embora.

São os casos de André, Zé Love e Maikon Leite. O gol, então, sobrou todo para ele.

E vem cumprindo a tarefa sem grande dificuldade, mesmo que a acumule com aquilo já era acostumado a fazer: correr pelas pontas, driblar, criar espaços e desestabilizar o sistema defensivo rival.

REFERÊNCIA

À carga de responsabilidades Neymar respondeu colocando mais bolas no gol e dando alguns espetáculos.

Só neste ano, já conseguiu quatro "hat-tricks" -fazer três gols em uma mesma partida. Na carreira, ele já conseguiu oito dessas marcas.

O fato de Neymar ter virado a principal referência de seus companheiros de equipe é refletida nos números de levantamento do Datafolha.

Neymar é uma curva ascendente: está recebendo mais bolas, apresentando-se mais ao jogo, finalizando mais a gol e o acertando mais.

Para os críticos, os números seriam sintoma de que o Santos sofre de uma perigosa dependência de Neymar.

Sem problema: ele resolve.

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