Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Fifa e governo fazem intervenção no COL

2014
Em reunião em Zurique, membro do ministério é incluído no comitê para lidar com atrasos de obras

DE SÃO PAULO

Problemas e atrasos no Mundial-2014 levaram a Fifa e o governo federal a fazer ontem uma intervenção no COL (Comitê Organizador Local).

A decisão foi tomada em reunião da cúpula da entidade com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em Zurique.

Isso enterra, em definitivo, a "Copa privada", pregada pelo ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que defendia um comitê sem governo.

Era estratégia diferente da África do Sul, que tinha o governo dentro do COL em todo o Mundial. A Fifa admitiu fracasso no modelo brasileiro.

"Na vida, você tem uma decisão errada no início. E depois tem que ter uma decisão certa. Antes tarde do que nunca", afirmou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.

A entidade sugeriu a inclusão de membro do governo no COL, ideia aceita pelo governo. O escolhido foi o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes.

A Fifa também passa a ter representante no comitê com Marco Polo Del Nero, que faz parte da cúpula da entidade.

Rebelo afirmou que a eficácia da medida será vista no futuro e não quis falar do passado. "Se houve lacunas, serão preenchidas. Se houve desvios, haverá correção de rota. O importante é olhar para frente", declarou.

A intervenção também se dá com um acompanhamento mais frequente da Fifa a obras e projetos do Mundial.

Haverá reuniões a cada seis semanas entre o COL, o governo federal e a Fifa para analisar cronogramas.

O discurso foi de unidade. Mas, nas entrelinhas, há discordâncias sobre obras. Para Rebelo, "não há atrasos no momento" no Mundial.

Em nota, a Fifa relatou progressos significativos nos prováveis estádios da Copa das Confederações -Rio de Janeiro, Recife e Salvador. E ainda viu progressos "em aeroportos e mobilidade urbana".

Mas a entidade disse que foram identificados problemas. "Apesar da análises ainda estarem sendo feitas, vários obstáculos foram identificados em algumas cidades. Esses pontos vão ser discutidos com as autoridades para identificar soluções."

O cenário real: dos 12 estádios, só três devem ficar prontos no prazo inicial de 2012. Ainda não há reformas de mobilidade urbana e aeroportos na maioria das sedes.

A agenda da reunião mostra as pendências. "Falamos de ingressos, dessa famosa lei [da Copa], problemas de mobilidade, capacidade de hotel. Temos que falar de aeroportos", explicou Valcke.

Colaborou GABRIELA MANZINI, de Londres

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.