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Ensaiados

Em convocação, Mano Menezes atende indicações de presidente da CBF ao chamar base olímpica, excluir Ronaldinho e quase ignorar leste europeu

SÉRGIO RANGEL
DO RIO

A lista de convocação prévia da seleção para Londres-2012 feita pelo técnico Mano Menezes, ontem, seguiu a linha das indicações feitas pelo presidente da CBF.

O cartola máximo do futebol nacional, José Maria Marin, deu recados indiretos -mas públicos- ao treinador.

Primeiro, definiu a disputa pelo ouro olímpico como prioridade. Depois, indicou não querer mais Ronaldinho na seleção e censurou a convocação de atletas de países como a Rússia e a Ucrânia.

Com o presidente ao seu lado, o treinador anunciou a base para Londres: deixou o rubro-negro de fora e só chamou um jogador que atua no leste europeu -Giuliano, do Dnipro, da Ucrânia.

A partir do dia 26, a seleção fará quatro jogos -um na Europa e três nos EUA- antes do início da preparação para a Olimpíada.

Inicialmente, Mano queria usar as quatro partidas para treinar a seleção principal. Ele só pretendia priorizar a montagem da equipe olímpica depois dos amistosos.

Dois dias antes de apresentar a lista, o técnico foi obrigado pelo cartola a lhe mostrar a relação dos 23 atletas.

"Essa história foi uma solicitação do presidente em uma conversa normal. Ele disse que não tem intenção de interferir, indicar. Só quer saber", disse Mano, acrescentando que não é "ingênuo".

Desde que assumiu a CBF, Marin não escondeu a insatisfação com os resultados da seleção. Caso o time fracasse em Londres, o dirigente poderá trocar o treinador.

"O novo presidente vai analisar se isso é o correto para a filosofia da seleção. Ele vai escolher se é essa a maneira que ele quer trabalhar. Se eu posso escolher os jogadores, ele tem esse direito e tenho que entender", disse Mano, admitindo que seu futuro está nas mãos de Marin.

O anúncio da convocação serviu como uma espécie de pacificação pública entre os integrantes da comissão técnica e o cartola.

Marin fez questão de abrir o evento. No seu discurso, o presidente apoiou o treinador, contou que viu a lista com antecedência e disse ter respeitado as escolhas feitas por Mano sem interferir.

"A lista permanece intacta. Não sugeri nada", afirmou o presidente, que deixou o hotel onde ocorreu a entrevista logo após seu início.

O diretor de seleções, Andrés Sanchez, teve direito a um assento na mesa de abertura e também adotou discurso de apoio a Mano e Marin.

"Meu trabalho na Olimpíada é importante para as minhas avaliações pessoais. Sobre elas eu posso responder e não por avaliação das outras pessoas", disse Mano.

Acrescentou que não pede "garantia a ninguém". "La garantía soy yo", afirmou, referindo-se aos resultados que a equipe vai conquistar nos próximos meses.

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