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Juca Kfouri

O risco Buenos Aires

Santos e Fluminense têm uma noite das mais duras pela frente na Taça Libertadores

SABE-SE LÁ por que a polícia de Buenos Aires permite a realização de dois jogos em estádios separados por 18 quilômetros e que serão disputados com pequena diferença de horário.

Na Bombonera, às 19h45, o Boca Juniors recebe o Fluminense numa disputa duríssima para o tricolor, com os desfalques de Deco e Fred, e com Riquelme garantindo que a Libertadores começa agora, ele que é tricampeão da Copa, em 2000/01 e 2007. No José Amalfitani, às 22h, é a vez do Vélez Sarsfield receber o Santos.

Quando o jogo no bairro de Liniers estiver terminando, a torcida xeneize ainda estará se deslocando para a Boca. É mais ou menos como se o São Paulo jogasse no Morumbi na hora do primeiro jogo e o Palmeiras em seguida, a 12 quilômetros, no Palestra Itália.

Certamente, em São Paulo, a PM vetaria.

Mas os portenhos não parecem preocupados com a coincidência, que pode virar uma pororoca violenta. O pior é que nada indica que seja por confiança nos cassetetes hermanos.

Trata-se de imprudência mesmo, sinal de que nada pode ser feito para controlar os barrabravas, ainda mais violentos que os nossos uniformizados, e em franca promiscuidade com os jogadores de seus times, obrigados a subvencioná-los e até visitá-los na cadeia.

Se fora dos campos o clima é esse, dentro pode-se esperar mais futebol que pontapés na Bombonera -e o contrário no José Amalfitani.

El Fortín, como é chamado o time campeão da Libertadores de 1994, no Morumbi, imagina que possa parar Neymar&cia, do jeito que for, num desafio de gente grande à jovem joia santista.

Antes que os são-paulinos fiquem bravos, é bom lembrar que a perda do que seria o tricampeonato seguido deveu-se, provavelmente, à não marcação de um dos pênaltis mais pênaltis daquela década, quando um zagueiro argentino deu autêntica cortada de vôlei na área e o árbitro fingiu que não viu, impedindo o que seria o 2 a 0 são-paulino, suficiente para evitar os penais para o desempate.

Do Fluminense espera-se a mesma superação que o levou, em 2008, a empatar em 2 a 2 com o Boca, em Buenos Aires, mas no estádio de Avellaneda, e a vencer por 3 a 1, no Maracanã, nas semifinais. Ou a mais recente, quando ganhou de 2 a 1 na Bombonera, apesar de ter perdido no Engenhão por 2 a 0.

O Vélez tem 102 anos, e o Santos, cem; o Boca tem 107, e o Flu, 110. História não falta.

blogdojuca@uol.com.br

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