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Sob pressão Santos é controlado pelo Vélez, passa em branco pela primeira vez no ano e fica obrigado a vencer por dois gols de diferença na volta
Vélez Sarsfield 1 DO ENVIADO A BUENOS AIRES As arquibancadas do estádio José Amalfitani são tão íngremes que, do campo, tem-se a sensação de que a qualquer momento 40 mil pessoas vão cair sobre você. Os 11 jogadores do Santos sentiram a pressão das arquibancadas e sucumbiram diante do futebol operário e aplicado do Vélez Sarsfield. A derrota por 1 a 0 preocupa menos pelo placar do que pela intimidação que o Santos demonstrou ao jogar sob o "clima de Libertadores". Foi a primeira vez no ano que o Santos passou em branco. Desde a goleada para o Barcelona, havia anotado pelo menos uma vez por jogo. No primeiro tempo, os brasileiros estiveram cercados: de um lado, uma parede de gente que jamais parou de gritar e pular; do outro, 11 adversários que nunca desistiram de uma bola sequer. O que resultou disso foi uma exibição em tudo diferente do que o time vem mostrando nos últimos três anos. Talvez não tenham havido 90 minutos que o Santos mais tenha errado passes, domínios de bola, lançamentos, desarmes, posicionamento. Os erros se transformaram em faltas. E o Santos, sempre o time agredido, passou a ser o agressor. Acabou advertido com amarelos por violência. Como poucas vezes, acabou sendo mais punido pelo árbitro do que o adversário. Sem saber o que fazer com a bola nos pés, o time a rifava ao ataque. Quando nem isso era uma opção, preferia fazer cera, mesmo nos primeiros minuto da partida. Neymar era a única possibilidade ofensiva. Muito bem marcado, porém, não conseguiu fugir dos argentinos. O castigo veio logo. Após um cruzamento da esquerda, um atacante se antecipou à zaga e matou o goleiro Rafael com um toque de cabeça. "O que está nos atrapalhando muito é o campo", disse o goleiro no intervalo. "A bola está viva, e o domínio está muito complicado". O gramado do Vélez havia sido alvo de críticas da imprensa local no dia anterior. Havia a suspeita de que um fungo prejudicava o relvado. Apenas no segundo tempo, quando o Santos mudou de lado e passou a jogar mais longe da torcida rival, pôde se reorganizar e mostrar algum futebol. Mas foi pouco. Quem assustou mais, outra vez, foi o Vélez. E esteve muito próximo de sair de campo com uma pequena goleada. Só faltou a seus atacantes mais precisão nas finalizações de dentro da área. Muricy Ramalho gesticulava, gritava, batia no próprio corpo. Fez as modificações que pôde nas peças do time. Mas o time não mudou. No final, a derrota magra não ficou cara. O Santos tem condição de reverter o placar em casa, quinta, na Vila ou no Pacaembu, onde a pressão da torcida mudará de lado. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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