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Edgard Alves

Autonomia

A independência de Mano na indicação dos jogadores da seleção ficou sob suspeita

A AUTONOMIA dos técnicos foi o fato relevante nas convocações das seleções nacionais masculinas de vôlei e basquete, anunciadas dias atrás, em mais um passo rumo aos Jogos Olímpicos de Londres, em julho. Bernardinho e Rubén Magnano, respectivamente, chamaram os destaques, superando qualquer tipo de barreira, porque o objetivo é montar o melhor time possível para a caminhada rumo ao pódio.

Já sobre outra lista importante, a do futebol, elaborada pelo técnico Mano Menezes, o viés da autonomia foi empastelado. A independência de Mano na indicação dos jogadores ficou sob suspeita.

Na verdade, ele estava acuado, sem saída, com a falta de diplomacia ou excesso de autoritarismo, no caso tanto faz, do presidente da CBF, José Maria Marin. Esse, sem levar em conta, ou levando em conta demais, o posto que ocupa, valeu-se da mídia para tecer comentários sobre a então futura convocação, inclusive revelando que, na opinião dele, Ronaldinho não caberia na lista. E Mano não convocou o meia-atacante. Prevaleceu o recado de Marin ou o técnico não havia mesmo planejado contar com o jogador?

Não há fato que possa fulminar a dúvida, nem mesmo caso a seleção conquiste o inédito ouro olímpico.

Afinal, o time que terá Ganso e Neymar, entre outras estrelas, entrará na disputa como um dos favoritos. E desta vez o apetite de Marin não vai se satisfazer com uma simples medalha, ele quer uma de ouro. Talvez esse tenha sido o motivo que atiçou seu incontrolável desejo de palpitar no trabalho que deveria ser da alçada exclusiva de Mano e da comissão técnica.

No vôlei, Bernardinho chamou de volta à seleção o experiente levantador Ricardinho, que pode fazer a diferença para o time na Liga Mundial e, correndo tudo bem, a seguir, na Olimpíada. O levantador estava fora da seleção desde o Pan do Rio, em 2007, quando foi afastado sem que os motivos fossem explicitados.

No basquete, a autonomia de Magnano foi clara. Convocou Nenê e Leandrinho, ambos da NBA, que se notabilizaram por recusas recentes aos chamados da seleção. O argentino Magnano, campeão olímpico com a seleção de seu país, conversou com a dupla e resolveu dar uma chance.

O time está praticamente definido. No grupo figura o armador Larry Taylor, norte-americano recém naturalizado brasileiro.

Independente dos resultados, Bernardinho e Magnano pelo menos já podem chamar esses times de seus. Mano ainda precisa mostrar quem manda no dele.

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