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Entrevista

Governo decide sobre integração, afirma chinês

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A DUBAI

A integração de diferentes órgãos num mesmo centro operacional para a Olimpíada exige diálogo, apoio técnico, preparação e, principalmente, determinação governamental.

Essa é a análise do chinês Su Zhenzhe, 59, presidente da Justop, estatal chinesa que estruturou a rede de radiocomunicação para os Jogos de 2008, em Pequim.

A Justop juntou na mesma rede de radiocomunicação digital nove órgãos, entre polícia, agentes de trânsito, bombeiros e o Comitê Olímpico Internacional.

A união representou um desafio tecnológico -mais de 86 mil agentes tinham acesso a rede, oito vezes mais do que Atenas-2004. Mas, para Su, a maior barreira foi a resistência dos agentes públicos. O Brasil ainda não decidiu os detalhes sobre os centros de operações da Copa, em 2014.

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Folha - Como a China se preparou para a Olimpíada?
Su Zhenzhe - A Olimpíada foi o maior evento esportivo realizado na China.
As autoridades decidiram entregar os Jogos com preocupações culturais, verdes e técnicas. A Justop participou do projeto técnico, a partir de 2003, para oferecer o serviço de radiocomunicação. Foi a primeira vez na história das Olimpíadas que uma única rede proveu comunicação de diferentes órgãos, como a municipalidade, a segurança e o comitê organizador.
Antes dos Jogos, houve 42 eventos-teste. Preparamos mais de cem soluções predefinidas para atender a cenários de emergências.

Houve resistência dos órgãos em dividir a mesma rede?
Havia, principalmente do COI e dos de segurança pública. Foi necessário criar canais diferentes para cada um. Antes da Justop, havia nove redes analógicas atendendo. Após a criação da nova rede, essa passou a ser a única forma de obter radiocomunicação digital.
Os chefes desses órgãos estavam acostumados às suas redes e tinham muitas perguntas: qual a qualidade, capacidade dessa rede? E, principalmente, como manter essa rede segura?

E como superar isso?
Mostrar suas qualidades e segurança, entregar os equipamentos digitais para que os órgãos testem e comparem com os analógicos. E dizer que se trata de uma decisão do governo.

Qual preocupação uma cidade como o Rio, que vai sediar os Jogos em 2016, deve ter?
A primeira é escolher um bom fornecedor para o sistema de radiocomunicação. A segunda é testar o sistema e o suporte o mais cedo possível, para que os operadores possam sugerir adaptações.

O jornalista ITALO NOGUEIRA viajou a convite da Cassidian

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