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Tostão

A bola entra por acaso

Como árbitros e auxiliares, o critério de gols fora de casa interfere demais no resultado

Nesta semana, teremos jogos decisivos da Libertadores e da Copa do Brasil. Sou contra o regulamento, usado em todo o mundo, do gol fora valer mais que em casa como o segundo critério de classificação. O primeiro, o saldo de gols, é essencial. Se não decidir por esse critério, prorrogação e, depois, pênaltis. O critério do gol fora de casa interfere demais no comportamento das equipes e no resultado.

A alegação de que o critério faz o time procurar mais o gol fora de casa não é suficiente. As equipes ficam também mais preocupadas em não levar gols em casa do que em fazer. Chegou-se ao absurdo de muitos acharem que empate de 0 a 0 em casa é bom e até melhor que ganhar por 2 a 1.

Anos atrás, todos os volantes brasileiros jogavam mais recuados, para proteger os zagueiros e fazer a cobertura dos laterais. Agora, como quase todas as equipes possuem meias-atacantes pelos lados, o lateral não precisa avançar tanto. Com isso, os volantes passaram a jogar no meio-campo, o que aumentou a distância entre eles e os zagueiros. Estes não saem de perto do gol.

A solução não é pôr os zagueiros excessivamente adiantados nem os volantes tão recuados, mas aproximá-los. Zagueiros e volantes precisam saber o momento exato de avançar e de recuar na marcação. A inteligência tática pode ser ensinada.

O Chelsea colocou todos os defensores e armadores encostados à grande área e ganhou o título. Essa, talvez, seja a melhor maneira de um time muito inferior ganhar de um superior. Porém não foi o principal motivo da conquista. A maioria das equipes que joga dessa forma perde.

O acaso, uma sequência de fatores incomuns e surpreendentes, também foi decisivo. Negar sua presença, no futebol e na vida, é o mesmo que diminuir a enorme importância da ciência. A bola entra também por acaso.

Essa é a grande dificuldade do Barcelona. O time é tão organizado e único na construção das jogadas, que, raramente, faz gol por acaso.

RAMIRES

Sábado, sem Neymar, a seleção enfrenta a Dinamarca. Antes, quando era titular, todos pediam a saída de Ramires. Agora, pedem sua convocação, o que não acontece há quase um ano. No Chelsea, Ramires melhorou muito quando passou a jogar pelos lados, bem aberto, em uma linha de quatro no meio-campo. Nessa função, além de marcar muito bem, aproveita sua velocidade nos contra-ataques. Na seleção, de volante, em uma função de organização, é confuso e erra muitos passes.

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