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Antes da Eurocopa, técnico da Alemanha, Joachim Löw, terá de ser psicólogo na seleção que tem oito jogadores do Bayern, vice da Copa dos Campeões

SANDRO MACEDO
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE

Joachim Löw terá uma nova função na seleção alemã, que disputa a Eurocopa na Polônia e na Ucrânia a partir de 8 de junho. Agora, além de treinador, Löw precisará dar uma de psicólogo. E dos bons.

Isso porque o time com mais jogadores entre os convocados é o Bayern de Munique, equipe favorita ao troféu "divã 2012" após chegar a final de tudo. E perder tudo. O time bávaro tem 8 dos 27 jogadores da pré-lista.

O trauma maior foi no sábado passado, quando, em seu próprio estádio, foi derrotado de forma dramática pelo Chelsea e terminou com o vice da Copa dos Campeões, numa final em que tudo que poderia dar errado deu.

"Löw vai receber os jogadores do Bayern profundamente deprimidos. Por razões óbvias, as condições psicológicas que apresentam é lamentável", afirmou Franz Beckenbauer ao jornal "Bild".

Schweinsteiger é o caso mais preocupante. Considerado símbolo do time, o meio-campista foi quem mais sentiu a derrota para o Chelsea.

"Espero que o novo ambiente da seleção ajude ele a se recuperar da derrota", completou Beckenbauer.

O time de Munique perdeu o título três vezes no jogo: vencia até os 43min do segundo tempo (abriu o placar aos 38min) e cedeu o empate; na prorrogação, teve um pênalti, mas desperdiçou; na decisão por penalidades ganhava por 3 a 2 até as duas últimas cobranças, quando levou a virada. Schweinsteiger perdeu o último pênalti.

Até duas semanas atrás, o principal temor de Löw era o possível clima de rivalidade entre atletas de Bayern e Borussia Dortmund, equipes que disputaram cabeça a cabeça os títulos da Bundesliga e da Copa da Alemanha, com duas vitórias para o Borussia.

Antes da final da Copa dos Campeões, o técnico alemão já demonstrava preocupação com uma derrota em Munique. "Se eles perderem de novo numa final, após falharem no campeonato e na Copa, e em seu estádio, será uma grade desilusão para eles."

A primeira sessão de Löw foi via entrevista para um canal alemão. "Eu os conheço. Eles vão se erguer. Devem estar orgulhosos com o jogo que fizeram. Na final, faltou sorte", comentou o técnico.

Jovem astro da seleção, Mario Gotze, do Borussia Dortmund, já correu para mostrar solidariedade.

"Queremos e vamos ajudá-los", avisou. "É claro que é um desastre quando você tem a chance de ganhar a Copa dos Campeões e a desperdiça. Mas isso é passado e eles não podem mudar nada."

Nas últimas competições importantes, é possível dizer que a Alemanha foi bastante Bayern, ou vice-versa: terceira colocada na Copa-2006 (em casa), vice na Euro-2008, derrotada pela Espanha, e novo terceiro lugar na Copa-2010, na África do Sul. Talvez Joachim Löw também precise de um psicólogo.

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