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Governo sugere uma suspensão ao futebol

ITÁLIA
Primeiro-ministro defende fazer pausa de dois ou três anos depois de casos de placares combinados

DE SÃO PAULO

O novo escândalo de manipulação de resultados que tomou conta do futebol italiano fez o primeiro-ministro do país, Mario Monti, sugerir que a modalidade deveria ser paralisada para balanço.

Em encontro com Donald Tusk, premiê da Polônia, que divide com a Ucrânia a organização da Euro, o chefe do governo italiano defendeu a suspensão por "dois ou três anos" do futebol no país.

"Não estou fazendo uma proposta governamental, mas, como um grande fã do futebol há muito tempo, é o que sinto", afirmou Monti.

A declaração do primeiro-ministro gerou mal-estar no meio esportivo. E recebeu pesadas críticas de dirigentes.

O presidente da federação italiana, Giancarlo Abete, disse que o futebol é parte da sociedade civil e apenas reflete problemas já existentes nela.

O dono do Palermo, Maurizio Zamperini, foi além. Afirmou que as palavras de Monti foram estúpidas e que o político não mediu os resultados que essa ação traria.

"Ele não deve saber que, se o futebol parar, o Estado também será prejudicado, porque entram € 900 milhões nos seus cofres só em impostos", lembrou o dirigente.

A operação da polícia "Última Aposta" começou em junho do ano passado, quando foi descoberto o envolvimento de jogadores e dirigentes em armação de resultados para beneficiar apostadores.

Segundo a federação italiana, 22 clubes (de todos os escalões) estão sob investigação e pelo menos 33 partidas (a maioria da Série B) da temporada 2010/11 são suspeitas de terem sido fraudadas.

O escândalo subiu de patamar anteontem, quando alcançou a seleção, o técnico campeão italiano e o capitão de um dos principais times do país e causou 19 prisões.

O lateral Domenico Criscito, pré-convocado para a Euro, foi excluído da equipe depois de a polícia entrar na concentração italiana para notificá-lo que teria de depor sobre envolvimento com supostos membros da máfia.

O meia Stefano Mauri, capitão da Lazio e ex-integrante da seleção, foi preso. E o técnico Antonio Conte, campeão nacional com a Juventus, está sob investigação por uma possível partida arranjada quando dirigia o Siena.

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