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Brasileiro é envolvido em escândalo

ITÁLIA
Atacante, que passava férias em São Paulo, tem prisão decretada

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O escândalo de manipulação de resultados que fez o futebol italiano voltar a ser caso de polícia tem pelo menos um brasileiro envolvido.

O atacante José Joelson Inácio, 28, que defende o Pergocrema, da terceira divisão, teve a prisão domiciliar decretada na segunda-feira.

Ele estava de férias em Ibitinga (a 347 km de São Paulo), cidade onde vivem seus pais, quando recebeu o aviso de que teria de se apresentar à polícia. Ainda na segunda, viajou de volta para a Itália.

Procurados pela reportagem, familiares do atacante afirmaram que Joelson ainda não entrou em contato com eles desde que deixou o Brasil. E também não atendeu a chamadas telefônicas.

Sua irmã Silvana se mostrou surpresa ao ser informada pela Folha do pedido de prisão. E ressaltou que ele se limitou a dizer que viajaria para resolver questões legais.

O jogador é uma das 61 pessoas ligadas ao mundo do futebol de uma lista preliminar de acusados de participar de uma rede de apostas vinculada a fraudes em campo. Elas serão julgadas entre hoje e amanhã na esfera esportiva.

Sob Joelson, recai a suspeita de ter participado do esquema enquanto atuava pela Cremonese, no primeiro semestre do ano passado.

O time terminou aquela temporada na décima colocação de um dos dois grupos da terceira divisão italiana.

À primeira vista, não teve resultados absurdos. Mas a máfia investigada não se limitava a manipular apenas placares, mas também autores, tempo e ordem dos gols.

O brasileiro nunca atuou em uma equipe profissional no seu país. Ele se mudou para a Itália no começo da adolescência, aos 13 anos, junto de Inácio Piá, também atacante, um ano mais velho.

Teve apenas uma curta passagem pela elite e construiu a carreira nos escalões inferiores do futebol italiano.

Além da Cremonse, outros 21 clubes foram notificados.

A operação "Última Aposta", da polícia, investiga desde junho 33 jogos disputados na temporada 2010/11, em todos os escalões do futebol, que podem ter tido placares arranjados para favorecer uma máfia de apostadores.

Os novos casos de corrupção levaram à prisão mais de 40 pessoas (19 na última segunda). Entre elas, os meias Cristiano Doni e Stefano Mauri, capitães da Atalanta e da Lazio, respectivamente.

Também provocaram a exclusão do lateral esquerdo Domenico Criscito da seleção italiana que estreia na Eurocopa no próximo dia 10, contra a Espanha, em Gdansk.

Até o técnico campeão italiano desta temporada, Antonio Conte, da Juventus, está envolvido. Ele é acusado de ter ajudado a armar um empate com o Novara, quando dirigia o Siena, na Série B.

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