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Capitão, Thiago Silva afirma evitar broncas explícitas aos colegas e crê que Mano sabe lidar com a pressão

Thiago Bernardes/Frame/Folhapress
Thiago Silva e Pato (19), em amistoso da seleção
Thiago Silva e Pato (19), em amistoso da seleção

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Thiago Silva, 27, é o capitão da seleção brasileira que, nos próximos dois anos, joga Olimpíada, Copa das Confederações e Copa do Mundo, títulos inéditos para ele.

O zagueiro do Milan herdou de Lúcio a camisa 3, a faixa de capitão e a chance de ser campeão mundial em casa. Em entrevista à Folha, o jogador falou sobre o desafio e explicou por que jamais abre os braços quando chama a atenção de um colega.

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Folha - Você já pensou que pode ser o primeiro capitão do Brasil a ganhar a Olimpíada?
Thiago Silva - Tento não pensar nisso. Penso em vencer sempre. Se servir para ganhar a Olimpíada, a Copa das Confederações e a Copa, vou ficar muito feliz.

Está bem fisicamente?
Fiquei dois meses parado e aí joguei 90 minutos contra a Dinamarca. Não foi fácil, senti cãibra e tive que dosar na corrida. Mas a lesão mesmo [coxa direita] não senti.

Preocupa para a Olimpíada?
Não, porque vou ter 30 dias de férias após os amistosos.

Como é ser o capitão de uma seleção tão jovem?
Interessante, porque eu não pensava em ser capitão. No jogo contra o México [em outubro do ano passado], o Ronaldinho foi substituído e colocou a faixa no meu braço. Ali mudou completamente para mim. Tenho o maior orgulho, tento passar as coisas que aprendo na Europa.

Você fala fora do campo?
Ainda é algo novo para mim, então não falo tanto quanto o Lúcio falava. Mas tudo o que a comissão técnica tem para falar com o grupo, o Mano vem direto a mim.

Mano disse que para ser líder não precisa gritar, bater na mesa. Por que você não gesticula ao reclamar?
Esse tipo de coisa, gesticular, abrir os braços, aprendi com o [volante] Fabinho, no Fluminense. Depois de um jogo, ele me falou no vestiário: "Soldado, não faz isso porque é feio, joga a torcida contra o cara". Eu não fazia por mal, e ele sabia. Aprendi. Tem jogador que aceita bem, tem jogador que murcha. É melhor segurar a fala um pouco, ser mais tranquilo.

O que aconteceu na Olimpíada de Pequim que não pode se repetir em Londres?
Até o jogo com a Argentina [semifinal] estava tudo bem, mas perdemos por 3 a 0 e não tivemos força para reverter. Eu só mudaria o resultado.

Daquele grupo só sobraram você e o Ramires para a Copa. Dunga ficou decepcionado?
Acho que não, porque fizemos tudo o que ele pediu. Só fui à Copa porque o Naldo se machucou. Os zagueiros eram Juan e Lúcio, um dos melhores do mundo e o capitão. Sabia que não jogaria, mas ter ido foi um sonho.

Como é ler nos jornais que foi vendido sem ter sido [Há rumores sobre o Barcelona]?
É estranho, isso é novo para mim. Para um jogador, não tem coisa melhor do que ser cobiçado pelo Barcelona. Mas não tem nada concreto, saio de férias e decido.

Tem preferência?
Estou feliz no Milan, que é uma família. Não vejo porque mudar. Mas a gente não pode dizer não a certas coisas e fechar as portas.

Neymar deve ir para a Europa?
Já é difícil falar do meu futuro, imagina do dos outros... Na Europa, você aprende muito sobre tática, posicionamento, o espaço é menor. Mas é uma decisão pessoal.

Você acompanha a situação política da CBF? Troca de comando, pressão ao técnico...
Sim, somos profissionais. É inevitável. Mas não há preocupação. O Mano é inteligente, sabe lidar com cobrança.

Já falou com o presidente?
Ainda não, mas percebi que ele entende de futebol e é uma pessoa aberta.

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