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Internet vira dor de cabeça para atletas

SELEÇÃO CBF quer fazer lista de perfis verdadeiros dos convocados para evitar confusão em redes sociais

DO ENVIADO A DALLAS

O zagueiro David Luiz navegava pela internet quando recebeu uma mensagem de um certo Thiago Silva.

"Meu parceiro, me adiciona aí, tamo junto na seleção."

David se espantou, porque Thiago Silva, o de verdade, estava ao seu lado naquele momento, e não manuseava um computador ou telefone.

A mensagem era de um perfil falso do zagueiro do Milan, mais um dos tantos que se fazem passar pelos atletas da seleção brasileira.

"Nao tenho Twitter, Facebook, nada disso", disse à Folha o capitão do time nacional. "É muito desagradável saber que tem gente por aí se passando por você, tentando se aproveitar disso."

O atacante Hulk também já sofreu com impostores, que publicaram mensagens como se fossem dele, algumas comentando especulações sobre seu destino após a janela de transferências.

É tamanho o incômodo que a CBF pretende publicar em seu site os perfis verdadeiros dos jogadores que eventualmente estiverem convocados.

No ano passado, um perfil falso do lateral esquerdo Marcelo publicou uma mensagem de apoio à Palestina contra Israel. A postagem foi apagada em seguida, mas desatou todo tipo de teoria da conspiração. Na época, Marcelo estava fora da seleção.

Os mais ativos na rede são Neymar, David Luiz e Leandro Damião, que comentam quase todos os treinos e postam fotos com frequência.

MORDAÇA

A espontaneidade excessiva no Twitter fez Neymar ser condenado a pagar até uma indenização: R$ 15 mil ao árbitro Sandro Meira Ricci, a quem criticou com a frase de arquibancada "juiz ladrão, vai sair de camburão".

Algumas seleções proíbem seus jogadores de se manifestarem em redes sociais durante a disputa de competições.

O técnico da Dinamarca, que apanhou do Brasil no último sábado (3 a 1), vetou o uso de Facebook e Twitter.

Foi criticado por jogadores e pelo ministro do Esporte do país, Uffe Elbaek, mas manteve a lei do silêncio virtual.

Nesta semana, a atual campeã do mundo também aderiu à mordaça. Vicente del Bosque, técnico da Espanha, proibiu manifestações durante a disputa da Eurocopa.

"Em quatro dias vamos estar com a seleção e não vamos poder tuítar", escreveu o meia Cesc Fàbregas.

Mano Menezes, ele mesmo um dos primeiros técnicos do Brasil a aderir ao Twitter, adota postura mais liberal.

O treinador permite o uso, mas pede que os jogadores não comentem assuntos internos da seleção. Já havia sido assim na Copa América, em 2011.

(MARTÍN FERNANDEZ)

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