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Léo poupa físico, mas não a língua
SÉRIE A ENVIADO ESPECIAL A SANTOS Aos 36 anos, o lateral Leonardo Lourenço Bastos, joelho recém-operado, corre sob chuva forte e sobre o gramado pesado do CT Rei Pelé. O treino é um rachão, um recreativo, uma colher de chá que os técnicos dão ao time após série de treinos sisudos. Os goleiros jogam no ataque e os zagueiros viram armadores. No campo, está até o filho de Pelé Edinho, que há anos está aposentado. Esse tipo de treino não diz nada, mas o corpo de Léo diz muito. Em meio à confusão das jogadas, o lateral é o que menos toca na bola, arranca só quando é necessário. Mas também é o que mais fala. Gesticula, orienta o posicionamento dos colegas, diz aonde a bola deve ir e onde ela não tem de estar. Léo deve ser o principal jogador do Santos hoje contra o Fluminense, às 21h50, na Vila Belmiro pelo Brasileiro. E estará fora de sua posição. Sem Ganso, Arouca e Borges, que se recuperam de contusão, e Neymar e Rafael, que estão na seleção, Muricy Ramalho mudou radicalmente a formação da equipe. Léo deve jogar na posição ocupada por Neymar, no ataque, aberto na ponta esquerda. Nessa situação, o atacante Alan Kardec seria recuado ao meio, para armar jogadas. Muricy fez dois treinos táticos com esse esquema. Outra possibilidade é Léo ocupar a função de Ganso na criação, onde se desgastaria menos. "No meio, corre-se menos que na lateral, onde a meta é desarmar", disse o lateral. "No meio é o contrário: tem de armar e ficar próximo ao gol para finalizar." Correndo pela ponta, Léo observa o volante Henrique avançar. De repente, grita: "Vem, vem!" A bola, molhada, chega quicando a seus pés. De primeira, faz um lançamento que cruza meio campo e acha, na área, o goleiro Aranha jogando de atacante. A visão e a qualidade do toque na bola são trunfos que mantém o veterano em alta. Outro é a liderança natural que exerce sobre o elenco. "Por ser quem é e pela personalidade que tem, pela história, acaba sendo um líder natural, uma referência do grupo", disse o lateral Juan, que ganhou a posição de titular quando Léo se machucou. Na Libertadores, contra o Vélez, foi Léo quem fez a jogada do gol da vitória. Hoje, o Santos vai precisar, de novo, de seu poder de decisão.
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