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Rodrigo Bueno

Pobre Euro

Ironia fazendo parte, torneio servirá como ópio para o sofrido povo europeu, em crise financeira

COITADINHOS desses europeus. Eles vivem séria crise financeira, e a Eurocopa que começa nesta semana servirá como um ópio para esse sofrido povo do velho continente.

Os ingleses, pobrezinhos, não aderiram ao derrubado euro, mas só podem festejar mais um ano de Elizabeth 2ª, pois Barry, Cahill e Lampard estão fora, assim como Ferdinand, preterido (não se dá com o "líder" Terry) pelo técnico que deu para a mais antiga das federações arrumar.

Esses europeus vivem em pé de guerra. E não falo só dos governos de Inglaterra e França (país que trocou de trono há pouco e pode surpreender). Na Espanha, a fofoca sobre Piqué agora dá conta de que ele não se dá com Sergio Ramos, que ocupará o posto de Puyol, cabeludo que o namorado da Shakira conhece de olhos fechados. Não está fácil na Europa nem para quem está por cima.

Dá pena ver os perdedores alemães indo para outra disputa. A seleção não ganha nada desde 1996, e o Bayern, base da equipe, entrega a Champions em casa. A vitória histórica que os germânicos garantiram foi colocar flores no campo de concentração em Auschwitz.

A Holanda (dói o coração falar) sofre ainda mais na hora H do que a Alemanha. Mantém a boa base vice-mundial, com destaque para Robben e seus gols decisivos perdidos.

Mas quem preserva tradição mesmo é a Itália. A Azzurra chega com novo escândalo extracampo. Três derrotas seguidas, contando um 0 a 3 diante da Rússia, nem preocupam diante das apostas ilegais envolvendo selecionáveis. Sorte dos italianos que eles têm Balotelli, o segundo melhor jogador do mundo na opinião dele (gênio).

A Irlanda também tem problemas em se renovar e leva o técnico mais velho da história da disputa: Trapattoni, 73, italiano especialista em parar a Itália. A Grécia, cuja economia vai tão mal quanto a da Irlanda foi, também é conservadora: não sai da retranca (por dinheiro nenhum).

Portugal suou para fazer uma Euro e ter euro. Deu o ouro para os gregos no fim e agora vive em dificuldades, orando só por Cristiano Ronaldo, como se ele fosse (ele acha que é) dom Sebastião.

E o que dizer das humildes loiras polonesas e ucranianas? Estão certas em ir nuas às ruas protestar contra a prostituição nos países-sedes.

Um estudo revelou que os elencos da Euro valem juntos apenas R$ 9,8 bilhões. Cada jogador vale em média só R$ 26,3 milhões. Sugiro que façamos aqui no Brasil um mutirão para ver a Eurocopa. Assim poderemos contribuir com os irmãos europeus nesse momento de dor.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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