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Sedes lidam com racismo e escândalos

EURO-2012
Relatório revela podres do futebol da Polônia e Ucrânia

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Em campanha contra o racismo, o atacante Mario Balotelli resolveu adicionar seu sobrenome africano à camisa que vestirá na Eurocopa.

O camisa 9 da Itália, filho de imigrantes ganenses, quer ser chamado de Barwuah Balotelli durante a competição que tem seu início amanhã.

O racismo é uma das mazelas que atingem Polônia e Ucrânia e que ajudam a entender porque as sedes sofreram tanta rejeição desde o processo seletivo em que foram escolhidas, em 2007.

Relatório do sindicato dos jogadores profissionais (FifPro) sobre futebol no Leste Europeu, lançado neste ano, mostra esses problemas.

Dos 212 jogadores da primeira divisão da Polônia ouvidos, 9,5% responderam já terem sido alvo de discriminação racial. O número engloba o universo total de atletas, não apenas negros.

O presidente da Uefa, Michel Platini, afirmou ontem que os árbitros foram orientados a paralisar os jogos caso percebam qualquer manifestação racista nos estádios.

Na Polônia, os salários raramente são pagos em dia. Segundo o relatório, 42,9% dos jogadores estavam com rendimentos atrasados. A situação é melhor na Ucrânia, onde essa situação atinge 15,5% dos entrevistados.

Mas há outros problemas. Mais de 60% dos atletas que dizem ter sido alvo de violência afirmam que o agressor era seu dirigente ou técnico.

O mesmo estudo mostra que 13,8% dos 355 jogadores entrevistados na Ucrânia admitem saber da existência de casos de manipulação de resultados no futebol local.

A Polônia, onde esse índice é de 6,8%, enfrentou um grande caso de corrupção no meio da década passada.

Quatro clubes da elite foram rebaixados devido ao esquema. O lateral Piszczek, hoje no Borussia Dortmund e um dos destaques da seleção, chegou a ter a prisão decretada e foi suspenso do time nacional por seis meses.

O governo tentou dissolver a diretoria da federação duas vezes. Foi brecado por ameaças da Fifa, que não aceita intervenção em suas filiadas.

O poder público também está próximo do futebol na Ucrânia. O presidente da entidade que comanda o esporte no país é irmão do dono do Dínamo de Kiev, maior campeão nacional da história.

"A gente percebia que era sempre beneficiado pela arbitragem", diz o zagueiro Rodolfo, do Vasco, que atuou no clube entre 2004 e 2006.

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