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De outro planeta

Messi sobra em campo, sela vitória argentina e ofusca uma das melhores atuações do Brasil de Mano

Brasil 3
Rômulo, aos 23min do 1º tempo; Oscar, aos 11min, e Hulk, aos 27min do 2º tempo
Argentina 4
Messi, aos 31min e aos 34min do 1º tempo, e aos 39min do 2º tempo; Fernández, aos 30min do 2º tempo

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A NOVA JERSEY

Para o lateral direito Rafael, ele "não é 'imarcável'".

Para o lateral esquerdo Marcelo, "Cristiano Ronaldo é melhor, mais completo".

Para Pelé, "Neymar é tecnicamente muito melhor".

A seleção brasileira fez ontem uma de suas melhores exibições sob o comando do técnico Mano Menezes.

Mas viu de perto uma atuação exuberante do melhor jogador de sua geração, um extraterrestre chamado Lionel Andres Messi, 24.

Numa partida espetacular, com sete gols, três viradas no placar e até duas expulsões, o Brasil perdeu para a Argentina no último teste de sua turnê de preparação para os Jogos Olímpicos de Londres.

Durante a semana, os dois treinadores ensaiaram formações mais defensivas, preocupados que estavam com a repercussão do resultado.

Pois Mano Menezes dobrou a aposta na ousadia: manteve os três atacantes e mandou o time marcar por pressão, apesar da ausência de Thiago Silva, seu capitão e jogador mais experiente.

Do outro lado, Alejandro Sabella deu um passo atrás. Esperou o Brasil no campo de defesa e pagou por isso.

A seleção pressionou, dominou, perdeu várias chances e abriu o placar em uma jogada de bola parada, com Rômulo livre na área.

A marcação brasileira fez a bola demorar nove minutos para chegar aos pés de Messi. Mas, quando chegou, o craque mostrou porque é tão, tão melhor que os outros.

Messi tem horror a frivolidades, a presepadas, a passar o pé por cima da bola.

Transformou em gols as duas bolas que recebeu no primeiro tempo, com duas jogadas precisas, perfeitas, sem arestas, sem falsos virtuosismos, sem frescuras, afinal.

O segundo tempo foi alucinante, uma profusão de gols e chances perdidas. O Brasil empatou aos 10min, após uma linda tabela entre Leandro Damião e Oscar, que definiu com categoria: 2 a 2.

Hulk marcou o gol da virada graças a uma falha incrível do goleiro Romero em uma cobrança de escanteio.

A Argentina voltou a empatar com Fernández, de cabeça, também depois de um escanteio da esquerda.

E então Messi voltou a mandar lembranças a brasileiros despeitados e a outros céticos que há por aí. Há?

Recebeu a bola no lado direito do ataque, deixou Marcelo para trás sem esforço, correu sem ser incomodado e cravou a bola no ângulo do goleiro Rafael, com um chute com curva impossível de ser copiado (ou defendido) por seres humanos: 4 a 3.

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