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No campo do outro

Vitória contra o Santos expõe marcação sob pressão que resulta na melhor zaga da Libertadores

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

A fórmula corintiana que faz sucesso na Libertadores parece incrivelmente simples: manter o time adversário distante do seu gol. E não sofrer gols é a primeira premissa para não perder o jogo.

O Corinthians, que está a um empate da inédita decisão da Libertadores, não perdeu nenhuma partida.

Mais do que isso, a equipe de Tite tem a incrível marca de apenas dois gols sofridos nos 11 jogos disputados -nenhum deles na segunda fase nem em São Paulo.

Desde 1988, quando o atual formato do torneio foi implantado, jamais um time fez 11 jogos -o que inclui o primeiro duelo da semifinal- e levou apenas dois gols.

Méritos de uma equipe que marca o tempo todo, em todos os setores do campo -e principalmente no ataque.

Contra o Santos, anteontem, na vitória por 1 a 0, os jogadores do Corinthians passaram a maior parte do tempo no campo adversário, como mostra o "mapa de calor" do gramado, estatística disponível no site da Conmebol.

E o Santos concentrou-se na intermediária, entre o circulo central e a meia-lua de Cássio, mais pela esquerda.

Tite explicou sua tática quando o Corinthians foi comparado ao Chelsea, o campeão europeu. "[O Chelsea] é um time que fica com a bunda enfiada dentro do gol, jogando no contra-ataque, não se abrindo para jogar, que tem 30% de posse de bola. Não é o que eu entendo por futebol", disse.

No jogo de anteontem, Tite não fez mistério e divulgou sua escalação na véspera. E citou uma série de possibilidades para seu time, possíveis dúvidas para a cabeça do colega Muricy Ramalho.

"Trabalho com pivô, uso a bola aérea e boto o Danilo de lado? Ou deixo o Emerson caindo de lado? Trago o Alex mais para frente, e Danilo mais atrás, ou o inverso? Deixo o Jorge Henrique pelo lado esquerdo, ou pelo direito, ajudando na marcação do Neymar?", enumerou.

Talvez tenha surpreendido, sim, na atitude: todos esperavam um Santos superagressivo desde sempre, empurrado pela torcida. Mas até os seis minutos de jogo, normalmente quando o time da casa encurrala o rival, praticamente só o Corinthians tocou na bola. Era como se jogasse no Pacaembu. E foi assim no jogo todo, principalmente no primeiro tempo.

Jorge Henrique ajudava na marcação ao lado de Alessandro, Ralf colou em Ganso, e o Santos foi neutralizado. Neymar tentou jogar por todos os lados, sempre bem marcado.

"O conjunto todo foi bem, a equipe não precisa carregar ninguém, e esse detalhe é importante", explicou Tite. "A equipe estava muito concentrada no que tinha que fazer."

O jogo de volta é quarta, no Pacaembu. "A vaga continua aberta, temos mais 90min."

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