Clube sugere ajuda da CBF a adversário

O presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, sugeriu que o Corinthians foi favorecido pela CBF e pelo técnico Mano Menezes, que não convocou nenhum jogador de seu ex-clube para os amistosos da seleção nas vésperas da semifinal da Libertadores.

"Não faço acusação formal, mas o Corinthians foi campeão brasileiro, tem a melhor defesa do Brasil, é semifinalista da Libertadores, e não houve nenhum convocado do Corinthians", disse.

"Essas coisas me deixam intrigado, especialmente porque o Andres Sanchez é diretor de seleções e ex-presidente do Corinthians, e o Mano Menezes é ex-técnico do Corinthians", continuou.

O santista disse que ontem viu que Neymar estava exausto pela sequência de partidas.

Antes de entrar em campo no clássico, o atacante atuou em três jogos pela seleção. "O que fazem com o Neymar não é justo e nem razoável", opinou Luis Alvaro. "Este tipo de dois pesos e duas medidas para Santos e Corinthians não me parece ético."

O argumento do santista é que, sem Neymar e Rafael, Muricy Ramalho não pôde se preparar com o time completo, vantagem que teve Tite.

O vice-presidente corintiano, Luis Paulo Rosenberg, disse que não responderia.

"Seria injustiça responder com minha cabeça gelada a manifestação provocada sob emoção violenta e por motivo torpe", escreveu à Folha.

Luis Alvaro também reclamou da preparação física e do tratamento a que são submetidos seus jogadores quando sob cuidados da CBF.

"No sub-19, os quatro jogadores do Santos convocados levaram um mês para recuperar peso e massa muscular. O jogador sofre, isso tem sido absolutamente recorrente com todos os atletas do Santos que voltam da seleção."

O presidente da CBF José Maria Marin não quis polemizar. "Luis Alvaro é meu amigo pessoal de longa data. A cabeça do presidente da CBF está voltada a encontrar uma solução ao prejuízo que a paralisação da Série C e D tem trazido aos clubes", afirmou.

Luis Alvaro cultiva a imagem de cartola equilibrado e bem-humorado. Mas se irritou ao ser questionado sobre os problemas de estrutura e segurança na Vila Belmiro, que teve 18 minutos de queda de energia e capacete de policial atirado ao gramado.

"O gerador pifou. É uma máquina, isso acontece, não temos controle sobre isso. Se houve um prejudicado com a falta de luz foi o Santos, que estava pressionando", disse.

E completou. "Você nunca viu faltar luz em um estádio? Falta luz no Pacaembu, no Morumbi, em Wembley. Só porque faltou luz na Vila você vai questionar toda a estrutura do Santos?"

Ele disse que o clube não é responsável pela pessoa que atirou o capacete ao campo. "Foi um débil mental."

Colaboraram LUCAS REIS e MARTÍN FERNANDEZ, de São Paulo