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Neymar refuta cansaço e diz ter que cumprir papel histórico no Pacaembu, onde tenta evitar o pior revés de sua curta carreira

ADRIANO WILKSON
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Neymar já era estrela quando ainda tinha dentes de leite e era disputado pelos colégios de Santos, ávidos por tê-lo em suas quadras de futsal.

Sobre a grama, virou ídolo e representante do futebol-arte, antes em baixa no Brasil.

Há sete anos, já era a esperança do Santos de achar um sucessor para Pelé. Há três, encarna o sonho do país para a Copa do Mundo em casa.

Mas, hoje, às 21h50, no Pacaembu, Neymar viverá os 90 minutos mais importantes de sua curta e vitoriosa carreira.

Se o Santos vencer por 1 a 0, levará aos pênaltis a decisão da vaga à final. Se o Corinthians fizer um gol, qualquer vitória simples santista garante a vaga. Qualquer empate é da equipe da casa.

Nas costas, Neymar carrega a responsabilidade de, sozinho, fazer uma torcida e uma cidade inteira sorrirem.

Mas sua capacidade de decisão virou dúvida. Os cerca de 200 santistas que passaram a tarde cantando para o time no treino de ontem tinham só uma certeza: sem Neymar, o Santos é comum.

E assim tem sido desde a final do Paulista, pois a fase do camisa 11 não é boa. O atacante não faz gol pelo time há um mês e meio. Não é exagero supor que o Santos só vencerá o Corinthians, que tem a melhor defesa da Libertadores, se Neymar estiver bem.

Escalado para falar com a imprensa, o atacante respondeu com impaciência àqueles que têm comentado sobre o seu estado físico: negou várias vezes que esteja cansado, disse que não mudará sua rotina publicitária fora dos campos e que está se sentindo tão bem quanto sempre.

No jogo de ida, interrompido por um apagão na Vila Belmiro, Neymar caiu no gramado, exausto. A cena foi vista como sinal de seu desgaste.

"Qual o problema de eu deitar no gramado com a luz apagada?", perguntou ontem para um jornalista. "Você queria que eu ficasse correndo, trotando? Já que parou, eu deitei. Estava cansado pelo jogo, não porque estava morto, não tem nada ver."

Tanto o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, quanto o técnico Muricy Ramalho já afirmaram que Neymar está desgastado.

"Isso aí já está ficando chato", disse o atacante após um repórter insistir na questão. "Não vou ficar me poupando, meu pai sempre me disse desde pequeno: 'Não se poupe no primeiro tempo, dê o máximo'. Não vou me poupar."

Só a entrega de Neymar parece ser capaz de dar a vitória ao Santos, cada vez mais dependente de sua estrela.

"A importância [do clássico] é muito grande na minha carreira, no meu currículo e na história do Santos", afirmou. "Não vai faltar disposição, luta. Não estou nervoso, estou tranquilo, feliz."

Uma derrota do Santos será o maior revés pessoal de Neymar. Uma vitória consolida sua condição de ídolo.

Acompanhe a cobertura da decisão em

folha.com/esporte

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