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Fidelidade leva Coritiba ao topo

COPA DO BRASIL
Clube adota política de manter o treinador e repete a campanha de 2011

MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

Esqueça a sorte. Pelo segundo ano consecutivo, o Coritiba chegou à decisão da Copa do Brasil, isso dois anos após disputar a Série B do Campeonato Brasileiro.

A vitória em casa por 2 a 0 sobre o São Paulo anteontem consagrou a estratégia do clube de manter um treinador aconteça o que acontecer.

Marcelo Oliveira, 57, chegou ao clube paranaense em janeiro do ano passado. Mantém-se no comando da equipe há um ano e meio, refutando a tese de que, no Brasil, técnico dura pouco. Oliveira admite que os resultados ajudam, mas cita o temperamento sereno da diretoria.

Seu antecessor, Ney Franco foi rebaixado com o time em 2009 e, por incrível que pareça, não foi demitido.

Comandou o clube no acesso, em 2010, e só deixou o Couto Pereira porque quis -foi convidado, e aceitou, ser coordenador das categorias de base da seleção brasileira.

"O projeto do Coritiba é de médio a longo prazo. A manutenção de um técnico combina com os bons resultados, claro. Mas não adianta só pensar nisso", afirmou Oliveira à Folha.

Houve mudança de atitude depois de 2009: no ano do rebaixamento foram três técnicos no mesmo ano até a chegada de Ney Franco.

Os números de Oliveira o deixam em posição privilegiada para passar longe do departamento de recursos humanos. Conquistou o bicampeonato paranaense, em 2011 com campanha invicta, foi finalista por dois anos da Copa do Brasil e com uma marca histórica -24 vitórias seguidas, a maior sequência do futebol profissional.

Chegou a 110 jogos pelo clube, o que o consolida como o quinto que mais vezes comandou o Coritiba -o líder é Felix Magno, que nos anos 50 e 60 fez 200 partidas.

"Confiança e manter a palavra são tudo no futebol atualmente. Essas pessoas que assumiram o Coritiba têm consistência administrativa enorme", disse o treinador.

Em dezembro do ano passado, Vilson Ribeiro assumiu a presidência do clube no lugar de Jair Cirino, em eleição com chapa única.

Com a experiência de quem dirigiu times que convivem com problemas financeiros, Oliveira ressaltou que o porte mediano no orçamento é fundamental nas boas campanhas, porque evita atraso no salário dos jogadores.

A folha salarial em 2012 é mantida em segredo, mas, segundo o balanço financeiro de 2011, foram gastos pouco mais de R$ 50 milhões com o departamento de futebol.

É pouco mais da metade, por exemplo, do que gastou o Corinthians, campeão da Série A no ano passado com R$ 99 milhões de gastos.

De 2011 para 2012, foram ao menos seis jogadores importantes que deixaram o clube. Bill, artilheiro do time no ano passado com 27 gols, voltou ao Corinthians.

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