Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Sob vaias, São Paulo perde da Lusa

SÉRIE A Time sofre pressão da arquibancada, pouco mostra em campo e tem crise escancarada

Danilo Verpa/Folhapress
Torcedor do São Paulo em protesto no Canindé
Torcedor do São Paulo em protesto no Canindé

LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Portuguesa 1
Ivan, aos 11min do 2º tempo

São Paulo 0

-

Não existe amor no São Paulo. A fina linha que ainda separava o ambiente tenso de uma crise explícita no Morumbi foi rompida ontem antes mesmo da derrota por 1 a 0 para a Portuguesa.

Os protestos motivados pela eliminação da Copa do Brasil começaram fora do Canindé. Os torcedores, a maioria da principal organizada tricolor, se reuniram próximos à Marginal Tietê. Munidos de faixas, xingaram boa parte dos jogadores e pediram a demissão de Emerson Leão.

Nas arquibancadas, as reclamações não cessaram um minuto. Os alvos preferidos eram o zagueiro Paulo Miranda e o volante Casemiro -mas nem Luis Fabiano, suspenso, se livrou dos gritos.

Em alguns momentos, a sensação era de volta no tempo. Como em outras épocas de seca, o amarelo (em alusão às falhas em momentos decisivos) foi incorporado pela torcida no Canindé por meio de bexigas.

Nomes como o do ex-técnico do time tricolor Muricy Ramalho, hoje no Santos, e de jogadores que venceram o Mundial de 2005 eram lembrados vez ou outra -inclusive os de atletas já aposentados, como Amoroso.

"Nós vencemos muito, estamos acostumados às vitórias. Mas as derrotas, como são raras, marcam mais", disse Leão, que tem o cargo ameaçado. A diretoria disse que não se pronunciaria ontem.

Os reflexos dos protestos eram claros em campo. O nervosismo era evidente: a bola parecia em chamas nos pés de alguém de branco.

"Não pode ficar abatido, mas é complicado jogar com a torcida contra", admitiu o goleiro Denis, chamado ontem de "mão de alface".

A Portuguesa, que estreou Dida no gol, aproveitou o desequilíbrio do São Paulo no começo do jogo, dominou, mas não conseguiu marcar.

A situação se repetiu no segundo tempo. Desta vez, porém, a equipe da casa não vacilou: Ivan invadiu a área pela esquerda e bateu forte, cruzado, no canto de Denis.

O gol só fez aumentar o volume dos xingamentos. Quase no fim, Leão trocou Lucas por Osvaldo. A principal joia da base são-paulina, a prioridade da administração de Juvenal Juvêncio, saiu sob vaias -"mentiroso" foi o termo escolhido para ele.

Com a derrota, o São Paulo se mantém com nove pontos no Brasileiro. O time volta a campo no sábado, quando visita o líder Cruzeiro. A Lusa tem sete pontos.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.