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Rodrigo Bueno

Final gigante

Na potencial melhor final de Libertadores do século, Boca e Corinthians podem ficar ainda maiores

O CORINTHIANS está perto de tirar três espinhos que historicamente incomodam sua garganta. Em 2013, poderá superar o arquirrival Palmeiras no retrospecto do mais tradicional clássico paulista (após a vitória de domingo, consta ter uma desvantagem de só três jogos) e deverá ver a inauguração de seu já engatilhado estádio (setembro ou dezembro). Mas, em uma semana, tem a chance de virar uma página tão ou mais significativa (penso que é mais mesmo) que os dois sonhos alvinegros anteriores.

Em sua partida de número 86 na Libertadores, jogará pelo título que mais muda a história dos clubes da América. Há outros grandes no continente, como Cerro Porteño, San Lorenzo e Universidad de Chile, que também não possuem tal taça. Há outros que levaram mais jogos para conquistar pela primeira vez a nobre competição, casos de Nacional-URU (91), Colo-Colo (111), LDU (115) e River Plate (121). E há agora outra certeza: a décima sofrida participação corintiana (o campeão que precisou de mais edições para erguer a taça foi o Colo-Colo: 14) será selada, aconteça o que acontecer, com uma das melhores e mais lembradas finais de todos os tempos.

Título invicto na era moderna da Libertadores (modelo Copa dos Campeões) é algo inédito, defesa campeã do continente tendo sofrido três gols em 14 jogos é dona de recorde absoluto, triunfo sobre o Boca Juniors de Riquelme em busca do hepta é Libertadores em sua essência.

O olhar da Bombonera hoje alcança até o site do Milan, que abre com o slogan "clube mais titulado do mundo". Tal rótulo é cria e obsessão do Boca, que tenta seu 19º troféu internacional oficial, que aponta para o 20º (o Chelsea não assusta muito no Mundial) e para o 21º (a Recopa, em 2013). O Milan roubou a cereja do bolo do Boca em 2007, porém o mais popular time argentino pode acabar o ano como tetra mundial também, soberano. O clube da Bombonera foi o primeiro de seu país a levar a Libertadores muito a sério, em 1963, mas só agora tem uma chance real de tomar do rival Independiente o posto de "Rey de Copas".

Esta não é só mais uma final de Libertadores que termina no Brasil (já são oito consecutivas) nem é apenas mais um confronto entre argentinos e brasileiros no mata-mata derradeiro (a 13ª final do tipo no torneio). Esta é sim a decisão de Libertadores do século, a que potencialmente mais mexerá com o Brasil, a Argentina, a América.

Os gigantes Boca e Corinthians disputam quem aumentará ainda mais de tamanho. Até a Eurocopa já ficou pequena aqui...

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

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