Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Torcedor sem ingresso vê jogo pela TV
LIBERTADORES A maior parte dos torcedores que foi à Argentina sem bilhetes para a mais aguardada decisão corintiana dos últimos anos teve de se contentar em ver a partida pela TV. Ao longo do dia, era comum ver os brasileiros andando e tramando uma maneira de entrar na mítica arena do Boca Juniors. "O mais difícil a gente já conseguiu, que é chegar até aqui. Na hora a gente dá um jeito e entra", gritou um deles. Outros planejavam invadir a arena sob a lógica de que espaço há -eram 2.450 ingressos, mas a área dos visitantes tem 4.000 lugares. Alguns tiveram prejuízo maior. Um deles contou que pagou o equivalente a R$ 300 por um ingresso que, descobriu mais tarde, era falso. A todo momento alguém surgia com uma informação nova: um cambista honesto, alguma agência que oferecia ingressos da torcida do Boca -muitos relataram que se infiltrariam no setor rival- ou a possibilidade de suborno a funcionários do estádio. Por volta das 16h, dois corintianos tentaram entrar na Bombonera, mas levaram um sermão dos seguranças. A noite chegou, a polícia fechou o cerco. Eram três barreiras até o acesso dos corintianos à arena. Da primeira, só se passava com ingresso. Por volta das 19h40, os 17 ônibus com torcedores de organizadas chegaram e engrossaram a enorme fila que atravessava uma rua do bairro de La Boca, o berço do time mais popular do país. Traziam instrumentos musicais e bandeiras. Membros da Gaviões da Fiel se misturavam a monitores da CVC, uma das agências que venderam pacotes para o jogo. "Nós tentamos fazer a terceira invasão, mas não deixaram", disse o vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, que estava na fila ao lado dos torcedores comuns. Ele se referia às invasões corintianas de 1976, contra o Fluminense, e de 2000, contra o Vasco, no Mundial, ambas no Maracanã. Pouco atrás dele, o diretor de seleções da CBF e ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez. "Tem muita gente sem ingresso, mas até aqui está tudo tranquilo." Mais cedo, porém, ele foi abordado por torcedores no hotel do time: exigiam a instalação de um telão. "Vivemos um sonho. É um sonho", repetiu Chico Malfitani, um dos fundadores da Gaviões da Fiel e um dos primeiros da fila de torcedores. (LUCAS REIS E PAULO COBOS) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |