Índice geral Esporte
Esporte
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Motor

FÁBIO SEIXAS fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

Alma lavada

Após a vitória, uma paradinha para pegar a bandeira. Logo depois, o carro para de vez, no meio da pista.

O piloto desce, cercado por fiscais que vibram. Arquibancadas em delírio.

No pódio, o choro.

"A Espanha não vive seu melhor momento. Essas pessoas fizeram sacrifícios para estar aqui, dormiram dentro dos carros, em qualquer lugar, para poder ver a corrida. Há uma crise. Mas o esporte, hoje, provoca aquele orgulho de ser espanhol. Tem o Nadal, tem a seleção... E eu sentia que deveria fazer algo."

Alonso acrescentou mais um capítulo, no domingo, ao antigo debate sobre nacionalismo e esporte. Uma relação que já foi usada para o mal, teve objetivos políticos, confundiu-se com diplomacia e, não raro, descamba para a violência pura, deixando mortos e feridos.

Mas que, de vez em quando, também produz alívio em meio a problemas maiores. Um sentimento familiar por aqui. As cenas descritas no primeiro parágrafo devem ter levado alguns leitores (você?) a pensar em Interlagos-91.

Além do talento e dos títulos, das frases de efeito e da dramaticidade da morte, Senna é o ídolo que é porque recebeu e assumiu o papel de única coisa boa no país na virada dos 80 para os 90.

O futebol acumulava vexames, a situação econômica era complicada, a volta da eleição direta para presidente resultava em frustração... Mas Senna estava lá, levando a bandeira e o país.

Por tudo o que acontece dentro e fora das pistas, Alonso começa a ganhar aura parecida na Espanha.

Na segunda-feira, a capa do "Marca", principal diário esportivo do país, trazia a foto do ferrarista com a bandeira e a manchete "Ganhar, ganhar, ganhar; Somos a Espanha". O "El País" comparou-o a heróis, escrevendo que ele abriu caminho pelos adversários "como que usando um facão pintado de vermelho".

Não, não parece a Espanha deprimida, do desemprego, dos pedidos de ajuda. É um outro país.

E há quem diga que esporte é apenas entretenimento.

F-1

ALERTA

A euforia dos torcedores é compreensível -torcedor é para isso mesmo-, mas Alonso e Domenicali foram muito bem ao dizerem-se preocupados com o ritmo da Ferrari. Não fosse o problema no alternador, Vettel teria vencido com folga acachapante. A Ferrari precisa melhorar em treinos classificatórios. Milagres como o de domingo passado não acontecem sempre.

NASCAR

PRIMEIRA

Outro que levantou bandeira no final de semana foi Nelsinho. Sua vitória na Nationwide, a segunda divisão da Nascar, foi um passo importante no seu projeto de correr lá em 2013 e, um dia, chegar à categoria principal. Antes, porém, tem sua luta pelo título da Truck Series. Hoje, ele é o sexto no campeonato, a 38 pontos do líder. Mas ainda dá para chegar.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.