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King

Alvo de ofensas racistas na Euro, Balotelli faz 2 contra a Alemanha e leva a Itália para a final continental

DE SÃO PAULO

Fora dos campos, Mario Balotelli já era o personagem principal desta Eurocopa.

O atacante havia sido alvo de racismo nos estádios, ameaçara de morte torcedores que o ofendessem e aparecera em charge de jornal caracterizado como King Kong.

Ontem, quando a Itália mais precisava dele, o jogador do inglês Manchester City levou o protagonismo para dentro das quatro linhas.

Balotelli fez os dois gols da vitória por 2 a 1 que adiou mais uma vez o sonho da talentosa geração da Alemanha de mostrar para seu país, um gigante tricampeão mundial, que também é possível vencer com um futebol bonito.

Muito mais importante: levou a Azzurra à final da Euro. O time que novamente chegou desacreditado e manchado por escândalo de manipulação de resultados.

Os italianos enfrentam no domingo a Espanha pelo título que ganharam uma vez, há 44 anos. E talvez para a consagração do novo ídolo.

Carente de renovação e dependente de quem sobrou do título mundial de 2006, como Pirlo e Buffon, a Itália deposita as fichas para o futuro no desabrochar de Balotelli, 21.

Mas o atacante, que custou € 27 milhões ao City e não se firma como titular, insiste em aparecer muito mais pelas confusões em que se mete.

Já brigou com colegas de time, incendiou sua casa ao soltar fogos de artifício no banheiro, teve o carro apreendido por excesso de velocidade e foi expulso de boates.

Ante a Alemanha, porém, Balotelli foi o jogador que a Itália quer. Talvez não tão bom para se considerar o "segundo melhor do mundo", como já disse, mas decisivo.

Aos 20min, surgiu para cabecear um cruzamento preciso de Cassano. E vibrou demais, algo raro para quem costuma esconder o sorriso e fazer cara de mau a cada gol.

O gesto característico surgiu depois do segundo tento, seu terceiro na Eurocopa, torneio do qual é um dos artilheiros: fuzilada de fora da área após Lahm errar na hora de armar o impedimento.

Balotelli tirou a camisa e exibiu os músculos do corpo negro de um filho de ganenses que nasceu na Itália e teve de lidar com ofensas racistas de torcidas rivais na Euro.

Pareceu até uma mensagem alusiva à mais recente polêmica. Na última terça, o jornal "Gazzetta dello Sport" retratou o jogador como o King Kong escalando o Big Ben em provocação aos ingleses. Um dia depois, o diário pediu desculpas.

Ontem, a Alemanha ainda conseguiu diminuir em um pênalti convertido, já no fim do segundo tempo, por Özil.

Mas a noite era mesmo italiana. E do seu incomum e controverso personagem.

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