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Amiga freira diz que drama moldou Balotelli

DE SÃO PAULO

Para a freira Cláudia Strada, 74, o personagem mais conturbado da Euro ainda é o garoto de 17 anos que passou dez dias com ela na Bahia, numa instituição católica, no fim de 2007.

A religiosa italiana radicada no Brasil é amiga da família Balotelli desde que o irmão adotivo do atacante visitou com um grupo de escoteiros a casa para crianças carentes que ela toca em Salvador. E acredita que o atleta se mete em polêmicas porque não amadureceu.

Pelo menos, não o suficiente para lidar com o drama da história de sua vida.

Mario, 21, nasceu em Palermo, no sul da Itália, e quase morreu quando bebê por problema de intestino.

Seus pais, imigrantes ganenses, dividiam uma casa com 20 pessoas. Com dificuldades financeiras, entregaram o filho de dois anos para a adoção provisória.

Quando tentaram recuperar a guarda, o filho não queria mais deixar os Balotelli. Na Justiça, os pais biológicos conseguiram obrigá-lo a visitá-los. E aumentaram a antipatia que o garoto ainda nutre pela família.

Na escola, era o único negro. Alvo de bullying, enfrentou ofensas racistas, comuns também na Euro.

"As dificuldades por que ele passou por causa do abandono sempre vêm à tona quando ele fica mais nervoso. O Mario é um adolescente. Faz coisas boas às vezes e, noutras horas, toma atitudes estúpidas", diz irmã Cláudia, que já visitou a casa dos pais adotivos dele.

A freira só pede que a "pérola negra", como chama o amigo, tenha juízo hoje. E que seja lembrado como o jogador que já fez três gols na Euro, e não como o garoto-problema que incendeia a casa com fogos de artifício, joga dardos em meninos e briga em boates. (RR)

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