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Polícia tenta coibir ação de flanelinhas

FUTEBOL Ofensiva contra os guardadores de carro sem licença em grandes partidas já produziu 335 detenções

RICARDO BUNDUKY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde 6 de maio, operações planejadas pelo DPPC (departamento de proteção à cidadania), da Polícia Civil, intensificaram a fiscalização de flanelinhas no entorno de eventos com grande público.

Foram feitas 335 detenções, muitas de reincidentes.

A intenção é, aos poucos, coibir a prática, segundo Fernando Schmidt de Paula, delegado titular da unidade de inteligência do DPPC.

A profissão de "guardador e lavador de veículos" em vias públicas é regulamentada por lei federal criada em 1975, decretada pelo então presidente Ernesto Geisel.

A licença pode ser expedida pelas delegacias regionais do Trabalho, desde que a pessoa apresente uma série de documentos -prova de identidade, atestado de bons antecedentes e certidão negativa dos cartórios criminais.

Um levantamento do DPPC junto à Superintendência Regional do Trabalho mostrou, no entanto, que há apenas 164 licenças registradas no

Estado de São Paulo.

Um dos motivos da operação é a frequência com que as pessoas reclamam da ação dos flanelinhas, que chegam a cobrar até R$ 50. As operações, por enquanto, têm foco em eventos com grande concentração de pessoas.

"A gente já está percebendo uma mudança de comportamento nos estádios. Quando começarmos a ver os resultados e sentir que no futebol está legal, podemos direcionar os esforços para outras necessidades. Mas ainda não é hora. Vamos dar uma ajuda nas ruas, porque está bagunçado", disse o delegado.

Preso por contravenção legal, o flanelinha vai para a delegacia e é liberado após o assinar um Termo Circunstanciado por exercício ilegal de profissão e um compromisso de comparecimento ao Jecrim (Juizado Especial Criminal). Caso a vítima compareça na delegacia e seja configurado flagrante de extorsão, a penalidade pode ser reclusão de quatro a dez anos.

Segundo Schmidt, isso é raro, porque "dificilmente alguém vai perder o jogo para comparecer na delegacia".

Até agora, foram feitas 18 operações. A Polícia Mlitar também tem se mobilizado.

Na 18ª Maratona de São Paulo, no dia 17, foram 17 flanelinhas detidos no entorno do parque do Ibirapuera.

Os números da PM, no entanto, não estão nos dados do DPPC, já que são registrados nas delegacias de área do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).

Dos 335 casos registrados pelo DPPC de maio até o momento, 114 suspeitos tinham antecedentes criminais -a maioria por roubo. Dois deles eram foragidos da Justiça e ficaram presos.

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