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Edgard Alves

Tirando o atraso

Magnano faz basquete do país se reequilibrar e chegar com confiança a Londres

A seleção brasileira masculina de basquete enfrenta a fase de transição que vinha protelando havia cerca de 15 anos. Basicamente, troca o predominante espírito ofensivo por um conceito mais equilibrado, com atenção especial no trabalho de marcação, de defesa.

Óbvio, a mudança acontece sem se descuidar da parte ofensiva, de ataque, que deu incontáveis alegrias aos torcedores, tanto no basquete como no futebol, e dom que parece impregnado na alma dos esportistas brasileiros. Por isso, existe muita expectativa sobre como será de fato o desempenho da equipe na Olimpíada de Londres.

Até meados dos anos 80 a bola certeira de quadra valia dois pontos. Aí ocorreu a introdução da cesta de três pontos. Uma decisão atrevida, e adequada à nova etapa, impulsionou a mentalidade já ofensiva da seleção, com enfoque na velocidade e arremesso. Até nos contra-ataques previa chutes de três pontos, que, se falhassem, já contavam com jogadores altos postados para o rebote ofensivo e a cesta de dois pontos.

Aos poucos, os rivais absorveram a nova realidade. Perderam o receio do uso dos lances de três pontos, mas não abdicaram do aprimoramento defensivo. O Brasil acabou ficando um passo atrás.

Atlanta-1996, quando Oscar, exímio cestinha, era a estrela do conjunto, foi o último palco olímpico da seleção. De lá pra cá, ela só acumulou tropeços nas seletivas.

Agora, a seleção está sob a batuta do técnico Rubén Magnano, campeão olímpico com a seleção do seu país, a Argentina, em Atenas-2004. Conhece, portanto, as dificuldades. Comandou a classificação do Brasil para os Jogos e conseguiu reunir o grupo que queria, inclusive os atletas que atuam no basquete profissional dos EUA.

A seleção parece bem encaminhada, conforme mostrou o repórter Daniel Brito, ontem, nesta Folha. Comparada a rivais da Olimpíada, chegará a Londres com mais tempo de preparação. E cheia de confiança. "Eu tenho um garrafão de luxo", afirmou Magnano sobre contar com duplas de pivôs do porte de Nenê/Varejão e Splitter/Rafael Hettsheimeir, embora este último, contundido, não vá aos Jogos.

E, nesta segunda-feira, a seleção quebra a rotina por um motivo inédito. Vai treinar sob os olhares de ex-campeões mundiais e medalhistas olímpicos do basquete, como Wlamir, Menon, Succar, Jatir, Moisés, Mosquito, Edvar e Amaury. Depois haverá um jantar de confraternização.

Até aí, tudo dentro do script. A medalha olímpica é outro capítulo, sem script, sem garantia.

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