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PM e torcida entram em confronto

LIBERTADORES
Policiais usam gás e cassetetes contra torcedores em frente ao Pacaembu

MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO

A praça Charles Miller, principal acesso ao Pacaembu, transformou-se em cenário de guerra ontem. Cinquenta minutos antes de começar o jogo, o batalhão de choque da Polícia Militar e torcedores entraram em confronto.

Várias pessoas que estavam com ingressos não entraram, já que o portão principal foi fechado para evitar uma invasão. A reportagem flagrou ao menos dez torcedores, inclusive mulheres, sangrando após a confusão, que durou 20 minutos.

"Tenho ingresso, levei tiro de borracha e acho que não vou conseguir ver o jogo. Paguei R$ 50", disse Cleiton Pereira de Faria, mostrando o bilhete para a arquibancada.

O confronto começou porque muitos torcedores se aglomeraram em frente às catracas colocadas no meio da praça. Para tentar evitar tumulto, havia duas barreiras de acesso, a primeira a cerca de 200 metros do portão principal. Não funcionou.

Nesta primeira barreira, centenas de torcedores, com e sem ingresso, forçaram a entrada, e a cavalaria entrou em ação, lançando bombas de efeito moral, balas de borracha e usando cassetetes.

Houve uma dispersão inicial, mas muitos torcedores partiram para cima dos policias. Com as mãos levantadas, iam em direção às catracas e eram reprimidos pelos cavalos e pelas bombas.

Fabrício, que não quis dar o sobrenome, tinha o rosto ensanguentado. Seu amigo pedia ajuda a um guarda municipal, que rejeitou e sugeriu que ele pegasse um táxi para o Hospital das Clínicas.

Centenas de torcedores conseguiram passar pela primeira catraca, mas foram barrados antes de chegar ao portão principal. Isso aconteceu por volta das 21h50, quando o jogo estava começando.

"Na Argentina, fui bem tratado pelos policiais. Aqui estou com ingresso, apanhei e estou do lado de fora", disse Sidnei Roberto de Migro, 45.

Com 25 minutos do primeiro tempo, a polícia voltou a liberar a entrada de torcedores com ingressos.

Com o segundo gol, mais um grupo tentou invadir o estádio. A polícia voltou a reagir com balas de borracha e bombas de efeito moral.

Em volta de parte da Charles Miller, placas de ferro que isolavam os sem-ingresso começaram ser arrancadas por algumas pessoas, e a polícia voltou a usar força.

A Folha tentou entrar em contato com o comandante do Batalhão de Choque, mas não consegui localizá-lo.

Do lado da torcida do Boca Juniors, muitos torcedores tentaram entrar com ingressos falsos e foram barrados. A polícia também usou a força para conter os exaltados.

Dentro do estádio, houve relatos de torcedores que pagaram para seguranças para entrar sem bilhetes.

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