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Retomada

Palmeiras inicia hoje à noite a decisão da Copa do Brasil e busca voltar a ser campeão e encerrar seu encolhimento

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

A cena é comum nos arredores do estádio antes de jogos do Palmeiras. Pais de mãos dadas com filhos pequenos, com uniformes verdes, falam coisas como "ele não queria vir" e ouvem piadas na linha "só não o deixe ver o Santos jogar".

Os quatro anos sem troféus e o fato de o último título de relevância nacional da equipe ter sido conquistado em 2000, preocupam o clube. E ameaçam seu futuro.

O time virou alvo de chacotas. A torcida dá sinais de encolhimento. E o peso das glórias do passado vai diminuindo conforme os rivais incrementam seus currículos.

É para começar a inverter essa trajetória decadente de mais de uma década que o Palmeiras inicia nesta noite a disputa da decisão da Copa do Brasil contra o Coritiba.

A diretoria confia no poder de resgate daquele que seria o grande título alviverde desde a já longínqua vitória na Copa dos Campeões de 2000.

"Vai mudar o ânimo da torcida, mexer com o ambiente dentro clube. É disso que o Palmeiras precisa", fala o diretor jurídico Piraci Oliveira.

Corinthians e Vasco se reergueram de rebaixamentos para a segunda divisão depois de conquistarem recentemente a Copa do Brasil, a principal competição mata-mata jogada no país.

Ontem, o clube paulista se sagrou campeão da Libertadores pela primeira vez. Os cariocas disputaram o título brasileiro de 2011 até o fim.

"O Palmeiras foi o campeão do século 20. E tenho certeza de que também será no século 21. Falta o primeiro passo. Ganhar a Copa do Brasil vai melhorar nossa autoestima. É uma dívida que temos com a torcida", diz o vice de futebol Roberto Frizzo.

Em 1996, quando foi campeão paulista pela penúltima vez, o time alviverde dividia com o Corinthians o posto de maior vencedor do Estado, com 21 troféus cada um.

Hoje, está quatro taças atrás do rival. E prestes a ser ultrapassado por São Paulo (que saltou de 18 para 21 conquistas) e Santos (que tinha 15 e hoje possui 20 títulos).

A situação no Brasileiro ficou ainda pior. Desde seu quarto e último troféu de Série A, em 1994, o então maior campeão nacional entre os clubes paulistas foi superado por dois rivais. O São Paulo dobrou o número de títulos: de três para seis. E o Corinthians adicionou quatro conquistas à única que já tinha.

O reflexo do jejum já é sentido nas arquibancadas.

Apesar de a queda no número de palmeirenses estar dentro da margem de erro (dois pontos percentuais para cima ou para baixo) -de 8% para 6% do total, nas pesquisas Datafolha entre 2000 e 2010-, a torcida do time não supera a do São Paulo em amostragens desde 2003.

Situação que o Palmeiras pretende começar a mudar hoje. Para que, num futuro próximo, sejam os filhos que tenham de convencer os pais a carregá-los ao estádio.

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