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Sem rivais

Anderson Silva nocauteia Chael Sonnen, e cartolas têm que quebrar a cabeça para achar oponentes à sua altura nas próximas lutas

EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS

O domínio absoluto de Anderson Silva no octógono do UFC, principal competição de MMA (artes marciais mistas) do mundo, faz seus organizadores "importarem" rivais em potencial e "reciclarem".

Chael Sonnen, a quem Anderson precisou de só dois assaltos para bater por nocaute técnico na madrugada de ontem e defender o cinturão dos médios, era tido como seu mais perigoso oponente.

Em agosto de 2010, Sonnen dominou Anderson durante quatro assaltos e meio até ser finalizado com um triângulo (espécie de estrangulamento com as pernas e com a ajuda do braço do próprio rival).

"A diferença é que desta vez eu não estava lesionado", explicou Anderson ontem.

À procura de novos desafios para o brasileiro, dirigentes do UFC chegaram a pensar em colocar frente a frente Anderson e o campeão meio-pesado, o americano Jon Jones, mesmo que fosse em um peso intermediário.

Os dois são considerados os melhores da modalidade hoje, mas descartaram a hipótese. "A luta foi muito bonita. Não quero enfrentá-lo", disse Jones. A resposta de Anderson foi monossilábica ao ser questionado sobre se gostaria de encará-lo: "Não".

A Folha apurou que o cardápio de futuros desafiantes para o brasileiro mencionados no UFC inclui o recém-contratado Hector Lombardi, tirado do concorrente Bellator e invicto há 24 combates.

Atualmente, Lombardi era um dos melhores lutadores sem contrato com o UFC.

Outros dois oponentes em potencial citados por dirigentes são também duas vítimas recentes de Sonnen: Brian Stann e Michael Bisping. Argumenta-se, em defesa da dupla, que o primeiro já voltou com uma vitória e que o segundo é muito bom lutador.

Na entrevista coletiva realizada após o duelo, o presidente do UFC, Dana White, reafirmou que Anderson é o melhor do mundo e que não vê ocorrer com ele o mesmo que já testemunhou diversas vezes: a perda de qualidade à medida que a idade avança. "Ele é uma anomalia."

Um outro cartola do UFC explicou o fenômeno ao apontar que Anderson, 37, raramente sofre algum castigo. Lembra que, mesmo após o duro primeiro confronto com Sonnen, Anderson já estava bem momentos após a luta.

Da parte de Anderson, ele diz estar propenso a lutar "enquanto tiver capacidade mental e física para isso".

Acrescentou que não enfrenta dificuldade para se motivar, já que faz o que ama.

Com a vitória de ontem, Anderson aumentou a sua série invicta dentro do UFC para 15 vitórias e aumentou para dez suas defesas de título.

No vestiário, o brasileiro chorou por dez minutos e ligou para a mulher e a filha.

"Ele [Sonnen] desrespeitou meu país, mas nós vamos mostrar que o nosso país tem um povo educado", disse Anderson, convocando os brasileiros presentes a aplaudir o americano, derrotado.

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