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Taça não deve ser trunfo a Tirone

COPA DO BRASIL
Política confusa e perfil do presidente não garantem reeleição com o título

DO PAINEL FC
DE SÃO PAULO

Arnaldo Tirone é o terceiro presidente palmeirense eleito desde que Mustafá Contursi deixou o cargo, em 2005.

Justamente ele, menos badalado do que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, seu antecessor, e menos boleiro do que Affonso della Monica, que não perde jogos do time onde quer que sejam, pode conquistar um título nacional depois do fim da era Mustafá, que durou 12 anos.

Só que isso não significa que Tirone vá conseguir capitalizar o possível título para obter a reeleição no começo do ano que vem. Até mesmo aliados do atual presidente desacreditam em sua vitória e garantem que o possível título nacional não resultará em prestígio político.

Como de praxe no clube, o presidente perdeu aliados no meio da gestão. Della Monica, que o apoiou contra Paulo Nobre e Salvador Hugo Palaia em 2011, deixou de ser o principal conselheiro de Tirone no início deste ano, quando o presidente rejeitou tirar Roberto Frizzo da vice-presidência de futebol.

Alguns aspectos da gestão Tirone afetam sua imagem com os conselheiros. O principal seria uma suposta falta de atitude em momentos delicados. Criou-se até um termo em alusão ao perfil do presidente. Quando alguém enrola para resolver algo, conselheiros dizem que a pessoa está "tironando".

Tirone já não tem a calma do início de gestão. Vide os sopapos que trocou com o conselheiro Gilto Avallone dentro do clube na semana passada. Avallone, cuja característica é ser sempre oposição, apoiou Tirone em 2011.

A guerra política no Palmeiras é bem pesada.

A situação acusa e abre processos internos contra membros da oposição por supostamente vazarem para jornalistas informações falsas e documentos confidenciais.

Opositores reagem com declarações incendiárias. No fim de abril, Avallone disse que o clube estava em uma gravíssima situação financeira e quebraria em 60 dias.

Se vencer hoje à noite a Copa do Brasil, Tirone terá de, sem caixa, reforçar o elenco para a disputa da Libertadores. E articular sua reeleição com conselheiros que se desiludiram com sua gestão.

Procurado, o presidente alviverde não foi encontrado pela reportagem até a conclusão desta edição. (BERNARDO ITRI, MARCEL RIZZO E RAFAEL REIS)

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