Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Campeão e invicto Após quatro anos de jejum, Palmeiras volta a ser campeão ao empatar com o Coritiba e conquistar a Copa do Brasil com um gol do improvável Betinho
Coritiba 1 RAFAEL REIS ENVIADOS ESPECIAIS A CURITIBA Alegria de palmeirense, já fazia tempo, limitava-se a vitórias em clássicos e fracassos protagonizados por rivais. Era assim até o começo da muito gelada e molhada madrugada de hoje em Curitiba. Quatro anos depois de vencer o Paulista, o Palmeiras voltou a festejar um título nacional. Mais: obteve o feito com uma campanha invicta. A conquista ocorre 14 anos após a última taça de fato relevante do time: a mesma Copa do Brasil. Agora, obtém seu bicampeonato. Depois disso, de título nacional, só a extinta Copa dos Campeões, há 12 anos. Desta vez, foi um título que até o mais otimista torcedor considerava improvável há quatro meses quando a equipe estreou com um magro 1 a 0 sobre o Coruripe-AL. Tanto que poucos ousaram festejar quando o Palmeiras bateu o Coritiba por 2 a 0, no primeiro jogo em São Paulo. Afinal, os traumas de um passado recente assustavam: jejum, virada sofrida na semifinal da Sul-Americana de 2010, fiascos nos torneios recentes e uma indigesta goleada por 6 a 0 aplicada pelo mesmo rival no ano passado. O elenco não ajudava. Não era um time de selecionáveis, como na vitoriosa era Parmalat, mas sim de Artur, Betinho, Mazinho. Todos contratados quase a custo zero. Tinha Luiz Felipe Scolari no banco. Mas até o treinador da maior vitória da história do clube, a Libertadores de 1999, não parecia o mesmo. Novas razões para desconfiar surgiram no caminho. Valdivia, o camisa 10 e principal articulador do time, sofreu um sequestro-relâmpago e ameaçou ir embora. Barcos, o artilheiro, sofreu uma crise de apendicite justo no dia da primeira final e precisou ser operado. E elas se arrastaram até ontem. Horas antes do apito inicial, o empresário de Henrique, zagueiro que virou volante, disse que o jogador estava com 39º C de febre. Aos 37min do primeiro tempo, o zagueiro Thiago Heleno, até então o melhor palmeirense na partida, sentiu uma contusão muscular e precisou ser substituído. Mas o time que tropeçava na bola, errava passes ridículos no ataque e causava calafrios no torcedor era também o que marcava forte e dava pouco espaço ao Coritiba. Um time que sentiu o gosto do pânico de sair atrás no placar: Ayrton marcou de falta quando faltavam cerca de 30 minutos para o final. Outro tento paranaense levaria a decisão para os pênaltis. Mas que reagiu quase imediatamente para consagrar o mais improvável dos heróis. Betinho, o substituto de Barcos, o homem que assinou um contrato de teste de três meses e ganha salário de jogador recém-promovido ao profissional, desviou de cabeça falta batida por Marcos Assunção para marcar seu primeiro gol pelo Palmeiras. E virou o nome do fim do jejum, do título que, de improvável, se tornou real e fez o torcedor palmeirense voltar a gritar "é campeão". Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |