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Campeão e invicto

Após quatro anos de jejum, Palmeiras volta a ser campeão ao empatar com o Coritiba e conquistar a Copa do Brasil com um gol do improvável Betinho

Coritiba 1
Ayrton, aos 17min do 2º tempo
Palmeiras 1
Betinho, aos 21min do 2º tempo

MARCEL RIZZO
RAFAEL REIS
ENVIADOS ESPECIAIS A CURITIBA

Alegria de palmeirense, já fazia tempo, limitava-se a vitórias em clássicos e fracassos protagonizados por rivais.

Era assim até o começo da muito gelada e molhada madrugada de hoje em Curitiba.

Quatro anos depois de vencer o Paulista, o Palmeiras voltou a festejar um título nacional. Mais: obteve o feito com uma campanha invicta.

A conquista ocorre 14 anos após a última taça de fato relevante do time: a mesma Copa do Brasil. Agora, obtém seu bicampeonato.

Depois disso, de título nacional, só a extinta Copa dos Campeões, há 12 anos.

Desta vez, foi um título que até o mais otimista torcedor considerava improvável há quatro meses quando a equipe estreou com um magro 1 a 0 sobre o Coruripe-AL.

Tanto que poucos ousaram festejar quando o Palmeiras bateu o Coritiba por 2 a 0, no primeiro jogo em São Paulo.

Afinal, os traumas de um passado recente assustavam: jejum, virada sofrida na semifinal da Sul-Americana de 2010, fiascos nos torneios recentes e uma indigesta goleada por 6 a 0 aplicada pelo mesmo rival no ano passado.

O elenco não ajudava. Não era um time de selecionáveis, como na vitoriosa era Parmalat, mas sim de Artur, Betinho, Mazinho. Todos contratados quase a custo zero.

Tinha Luiz Felipe Scolari no banco. Mas até o treinador da maior vitória da história do clube, a Libertadores de 1999, não parecia o mesmo.

Novas razões para desconfiar surgiram no caminho.

Valdivia, o camisa 10 e principal articulador do time, sofreu um sequestro-relâmpago e ameaçou ir embora.

Barcos, o artilheiro, sofreu uma crise de apendicite justo no dia da primeira final e precisou ser operado.

E elas se arrastaram até ontem. Horas antes do apito inicial, o empresário de Henrique, zagueiro que virou volante, disse que o jogador estava com 39º C de febre.

Aos 37min do primeiro tempo, o zagueiro Thiago Heleno, até então o melhor palmeirense na partida, sentiu uma contusão muscular e precisou ser substituído.

Mas o time que tropeçava na bola, errava passes ridículos no ataque e causava calafrios no torcedor era também o que marcava forte e dava pouco espaço ao Coritiba.

Um time que sentiu o gosto do pânico de sair atrás no placar: Ayrton marcou de falta quando faltavam cerca de 30 minutos para o final. Outro tento paranaense levaria a decisão para os pênaltis.

Mas que reagiu quase imediatamente para consagrar o mais improvável dos heróis.

Betinho, o substituto de Barcos, o homem que assinou um contrato de teste de três meses e ganha salário de jogador recém-promovido ao profissional, desviou de cabeça falta batida por Marcos Assunção para marcar seu primeiro gol pelo Palmeiras.

E virou o nome do fim do jejum, do título que, de improvável, se tornou real e fez o torcedor palmeirense voltar a gritar "é campeão".

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