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Senhor Palmeiras

Com conquista do 1º título em sua 2ª passagem no Palmeiras, Scolari se consagra como maior vencedor da equipe desde 1997

DOS ENVIADOS A CURITIBA

A segunda passagem de Luiz Felipe Scolari pelo Palmeiras passava a impressão de que seria recheada de fracassos e ele sairia pela porta dos fundos, após discutir com dirigentes, rosnar para torcedores e colecionar desafetos entre os jogadores.

Nada que um torneio em formato mata-mata, sua especialidade desde sempre, não mude toda uma trajetória. O título da Copa do Brasil faz com que o treinador se consagre como o vencedor do clube nos últimos 15 anos.

Entre 1997 e 2000, ele faturou com o time uma Copa do Brasil e uma Libertadores, além dos já extintos Rio-São Paulo e Copa Mercosul.

Só ele e Vanderlei Luxemburgo, com um Paulista em 2008, realmente venceram pelo clube desde 1998 -Flávio Murtosa ganhou a Copa dos Campeões de 2000, mas era o auxiliar que Scolari deixou como tampão ao ir para o Cruzeiro. E, em 2003, Jair Picerni ganhou a esquecível Série B para o Palmeiras.

Sem o dinheiro de uma parceira forte, como a Parmalat nos anos 90, Scolari pedia "camarões", segundo ele, jogadores experientes que chegariam como titulares, mas recebia "juquinhas", atletas apenas para compor elenco.

Posições intermediárias do Brasileiro em 2010 e 2011, uma semifinal de Sul-Americana, com derrota em casa para o Goiás e nem sequer a final do Paulista, normalmente esvaziado por outros torneios mais importantes.

Esta era a campanha de Scolari até ontem. Por isso mesmo, seu humor não era dos melhores. A ponto de mais de uma vez ter colocado o cargo à disposição em dois anos de contrato, opção sempre rejeitada pelo presidente Arnaldo Tirone.

Não se sabe ao certo se Tirone evitou demiti-lo porque não queria pagar a multa rescisória -que diminui mês a mês e hoje está em cerca de R$ 1 milhão. Ou se o cartola não teve peito mesmo para mandá-lo embora, apesar dos clamores nada discretos tanto da situação quanto da oposição. A decisão foi mantê-lo.

Com um time limitado, Scolari fez o que sabe melhor: armou uma defesa até certo ponto consistente, inventando Henrique de volante com sucesso, e centralizou o que pôde: se não tinha poder e o clube não tinha dinheiro para contratar jogadores "camarões", a solução foi blindar o departamento de futebol com pessoas de sua confiança e incendiar o grupo.

Quando, por exemplo, criticou publicamente a diretoria, fez para proteger os jogadores, apesar de, na época, parecer o contrário. Ele queria mostrar que os dirigentes, na visão dele, não davam suporte a ele e ao grupo, e as cobranças não seriam justas.

A taça, talvez, não mude seu destino: deixar o Palmeiras para treinar uma seleção na Copa de 2014, no Brasil. Em 2013, o Palmeiras terá eleição, Tirone poderá concorrer à reeleição, mas não é favorito. Só que a vaga na Libertadores é do clube, e Scolari, todos sabem, adora o torneio. (MARCEL RIZZO E RAFAEL REIS)

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